O Vice-Presidente do Governo rejeitou, na Horta, a ideia de que exista nos Açores qualquer anemia no investimento, implícita no debate de urgência solicitado pelo PSD, acusando este partido de “desatenção aos dados estatísticos, aos números, à realidade”.
Sérgio Ávila, que intervinha no debate na Assembleia Legislativa, frisou que essa desatenção desmerece o esforço dos empresários açorianos, recordando que “nos últimos dois anos, as nossas empresas executaram, só no âmbito dos sistemas de incentivos, investimentos superiores a 96 milhões de euros”.
“Numa prova de tenacidade e de confiança no futuro, foram apresentados, só no último ano, 509 novos projetos de investimento privado, que correspondem a mais 153 milhões de euros de investimento empresarial a executar até ao final do próximo ano e que propõem criar mais 1121 novos empregos”, afirmou.
O Vice-Presidente sustentou que o contributo do Executivo foi muito importante para esse resultado, já que assegurou às empresas açorianas “um sistema de incentivos que é o mais generoso, intenso e abrangente de que usufruem as empresas portuguesas”.
O facto de as empresas dos Açores terem sido as primeiras do país a verem operacionalizado o seu programa de fundos comunitários foi também evidenciado pelo governante, que lembrou o crescimento superior a 12 por cento no investimento público proposto no Plano de Investimentos de 2015.
“Todos estes investimentos, por si só, deitam por terra quem fala de ‘anemia do investimento’, num exercício mais próprio de um aluno que vai para um exame sem ter estudado a matéria e que, portanto, não pode aspirar a mais do que um chumbo”, salientou.
Sérgio Ávila referiu que se assiste, em toda a Região, “à retoma do investimento privado”, e que “os Açores são a região do país onde se verifica um maior ressurgimento empresarial”, com a criação de quatro empresas por cada uma que encerra a atividade.
O governante aludiu também a dados recentemente divulgados, como o Indicador de Atividade Económica, que refere “uma retoma progressiva da economia”, ou o boletim do Instituto Nacional de Estatística, que anunciou que os Açores foram a região do país cujo PIB mais cresceu (1,7 por cento), “o dobro do verificado no país.”
Para Sérgio Ávila, as sucessivas descidas dos números do desemprego constituem sinais que devem ser levados em conta, já que, segundo dados do INE, “existiam mais 3.754 Açorianos empregados no último ano e menos 1.875 Açorianos desempregados no final de 2014, do que há um ano.
“E, se dúvidas houvesse, o Instituto do Emprego e Formação Profissional, do Governo da República, anunciou, por sua vez, que já em janeiro os Açores foram a única região do país onde os desempregados inscritos nos centros de emprego voltaram a diminuir”, frisou.
O Vice-Presidente do Governo sublinhou ainda que os dados “revelam também que o desemprego continua a descer nos Açores e que, pelo 10.º mês consecutivo, se regista nos Açores uma diminuição homóloga dos desempregados inscritos e que existiam, em janeiro, menos 10 por cento de desempregados do que há um ano antes.”
Para Sérgio Ávila, o percurso de recuperação que tem sido feito pelos Açores teve o contributo dos empresários e das empresas açorianas, “contrariando quem, em tom de carpideira, vem dizendo que está tudo mal”.
GaCS/RL Açores