
O bispo de Angra afirmou que o “grito de Jesus” – “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mt 27, 46) -, continua a soar no meio das tragédias contemporâneas: as guerras civis, os conflitos religiosos e étnicos, a atuação de grupos extremistas em África.
D. Armando Esteves Domingues falava na homilia que proferiu na Paixão, a grande celebração desta Sexta-feira Santa, em que a Cruz é o centro da reflexão e meditação dos cristãos, que se detêm na sua adoração.
Em particular, destacou as dificuldades que enfrentam os mais vulneráveis, com especial destaque para mulheres e crianças.
O prelado não deixou de abordar também as realidades mais próximas, como as desavenças familiares, a violência doméstica — física, verbal e psíquica —, a pobreza extrema, a marginalização dos que vivem na rua e dos que não têm acesso à cultura ou às condições básicas de vida.
Em sintonia com o espírito do Ano Jubilar, o bispo apelou para que todos se tornem “peregrinos da esperança”, mesmo num tempo de grandes tragédias e incertezas.
Maria, Mãe de Jesus, ocupou um lugar central na meditação. Referida como “Desolada”, por permanecer firme junto ao Filho no Calvário, Maria é apresentada como modelo de “presença, coragem e humildade”.
Num mundo marcado por polarizações e conflitos, a mensagem propõe um caminho de reencontro com o olhar de Maria e com o amor de Deus. Em tempos de incertezas, a fé cristã apresenta-se como farol de esperança, capaz de iluminar até as noites mais escuras da humanidade.
RL/IA