O Presidente da Direção da Câmara do Comércio e Indústria de Angra do Heroísmo (CCIAH), Marcos Couto, salientou ontem, na Praia da Vitória, a necessidade de “ajustes financeiros” na região, defendendo mudanças nas relações com o Governo da República.
Apesar de reconhecer que os Açores “vivem um período de crescimento económico sem paralelo na história da Autonomia”, Marcos Couto sublinhou que este progresso é “comprometido pela dívida da Região” e “pela dificuldade do Governo em honrar suas obrigações com as empresas”.
Deste modo, defendeu, “é necessário realizar os ajustes financeiros que se impõem para que possamos mostrar ao Governo da República que estamos dispostos a fazer as coisas de forma diferente”.
Durante a sua intervenção, no Jantar do Empresário, organizado pela CCIAH, que decorreu no restaurante O Pescador, Marcos Couto voltou a defender a necessidade de “reformas profundas” na região, nomeadamente a privatização de empresas públicas regionais ou a a implementação de um “Simplex Regional”.
O Presidente da CCIAH elogiou ainda os empresários das ilhas Terceira, São Jorge e Graciosa, reconhecendo o seu “esforço, a dedicação e o talento” para o “crescimento da nossa economia e o avanço da sociedade”.
Este ano, o orador oficial do Jantar do Empresário foi Paulo Portas, cuja intervenção se focou nas tendências geopolíticas e geoeconómicas no Mundo, na Europa, em Portugal e nos Açores.
Paulo Portas abordou os cenários da economia mundial, fazendo referência às principais economias emergentes, ao posicionamento da Europa e Portugal num contexto de disputa comercial entre o EUA e a China e aos desafios que o continente
europeu enfrenta.
Num discurso aguardado com elevada expetativa pelos mais de 60 empresários presentes, Paulo Portas lembrou os riscos de os EUA se fecharem sobre si próprios ao assumir políticas protecionistas e isolacionistas para a economia internacional, tendo exemplificado que a primeira Administração Trump deu abertura à China para controlar a área comercial do Pacífico.
Em relação aos Açores, o orador clarificou que a Base das Lajes é o “epicentro” da relação entre Portugal e os EUA, realçando todo o potencial geoestratégico que o arquipélago representa.
RL/CCIAH