Há mais de 30 anos que Maria Vitória Baptista faz espécies, o doce mais tradicional da ilha de São Jorge.
Na sua casa, na freguesia dos Rosais, sentada na mesa da cozinha junto ao fogão a gás onde coze as espécies, aos 87 anos Maria Vitória ainda mete as mãos na massa.
Para conseguir o tradicional formato da espécie, que há quem diga que seja semelhante ao de uma ferradura, há que moldar a massa e o recheio e recortar com uma carreta.
Apesar de hoje muitas pessoas saberem fazer esta iguaria, em tempos esta era uma receita difícil de conseguir.
De Rosais para as Velas, encontramos aberta a Pastelaria Vértice do Triângulo, cuja imagem de marca é precisamente a espécie de São Jorge.
Fátima Melo faz em média 500 a 600 espécies por semana na sua pastelaria. Um trabalho que considera muito minucioso.
A essência da receita mantém-se, o que pode mudar é o toque especial que cada pessoa lhe dá, não podendo fugir claro àquilo que dá o nome à Espécie – as especiarias.
É no recheio que são colocadas as especiarias, sendo que o recheio é feito de véspera e a massa que o reveste no próprio dia, daí que seja um processo mais demorado, mas que faz deste o doce mais apetecido da ilha de São Jorge.
Liliana Andrade/RL Açores
Imagem: ©DR