
A Finisterra está há 17 anos com resultados líquidos positivos, tendo aumentado a produção e as vendas. Em nove anos, entregou 2,5 milhões de euros em bónus sobre o leite entregue na fábrica.
A Finisterra – Cooperativa de Laticínios do Topo comemora, esta quarta-feira, 75 anos, com contas saudáveis e um preço do leite pago ao produtor que é uma referência a nível regional e nacional. Segundo o Jornal Diário Insular e de acordo com o “Relatório e Contas” de 2018, nesse ano a quantidade de leite entregue na fábrica ultrapassou os 9,4 milhões de litros, o que representa mais 6,8%.
O preço médio do litro de leite pago à produção atingiu 30,4 cêntimos. Aos 27 cêntimos/litro que, em média, a cooperativa paga aos produtores de leite, soma-se, assim, uma média de quatro cêntimos a mais de bónus. Foram mais de 2,5 milhões de euros de bónus em nove anos dirigidos aos produtores de leite.
Assim, o resultado antes da valorização do leite à produção superou os 425 mil euros em 2018 e o resultado líquido situou-se em mais de 73 mil euros, em linha com o ano anterior, especifica o relatório.
A política escolhida pela Finisterra está a apresentar resultados. Segundo o mesmo documento, avança o DI, a produção de queijo situou-se nas 847 toneladas, mais 3% que em 2017, ao mesmo tempo que as vendas de queijo aumentaram de 765 para 851 toneladas, uma subida de mais de 11%.
Outro destaque foi para o volume de negócios, que apresentou um crescimento de 14,1% e ultrapassa os 4.109 mil euros. Tudo isto resulta numa “situação financeira equilibrada e robusta”.
A RL Açores marcará presença esta quarta-feira no 75º aniversário da Finisterra, numa cerimónia que conta com os discursos do presidente do conselho de administração da cooperativa, António Aguiar, e do presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro. Também o antigo professor da Universidade dos Açores, José Matos, realizará uma conferência na ocasião.
A Finisterra – Cooperativa de Laticínios do Topo, fundada a 22 de maio de 1944, apresenta-se como “uma instituição de primeira linha local em termos económicos, mas também sociais e até culturais, assumindo a promoção da cultura do cooperativismo”.
Os Queijos
“Encontramos a nossa motivação na produção e comercialização de queijo de excelência das marcas Topo e São Jorge DOP, criando valor e valorizando, de uma forma crescente e sustentada, o leite entregue na fábrica, com o objetivo final de promover desenvolvimento económico e social da bacia leiteira da zona de Santo Antão e do Topo”. A frase está no “Relatório e Contas” de 2018 da Finisterra ao qual o DI teve acesso.
Atualmente, cerca de 70% da produção da Finisterra assenta no queijo da marca “Topo”, com muita aceitação tanto no seio do arquipélago, como nos mercados dos Estados Unidos da América e do Canadá.
Os restantes 30% de queijo produzido são entregues para serem comercializados sob a marca São Jorge.
No fim das contas, 21 por cento do queijo da Finisterra fica com o selo DOP (Denominação de Origem Protegida) e 9% com a designação de queijo de “ilha”.
“No quadro das relações institucionais e de parceria com a Uniqueijo e a Lactaçores, o conselho de administração da Finisterra deu continuidade ao trabalho de acompanhamento permanente da atividade daquelas cooperativas, nomeadamente quanto à comercialização do queijo da marca Topo, tendo-se assistido, por parte da Uniqueijo e da Lactaçores, a um crescente envolvimento no projeto da marca da Finisterra”, assinala o documento.
“Relativamente à marca São Jorge DOP, também produzida pela Finisterra, sublinhar o trabalho constante da Lactaçores em conjunto com a Uniqueijo na procura de mais clientes e novos mercados e em aumentar a notoriedade daquela marca e o seu reposicionamento no mercado”, acrescenta.
O mesmo relatório fala de 2018 como um ano de mudança de ciclo. “Depois de três anos de dificuldades de escoamento da produção de queijo, que se traduziram num elevado desequilíbrio entre a oferta e a procura na ordem das 211 toneladas (25 toneladas em 2015, 129 toneladas em 2016 e 57 toneladas em 2017), verificou-se, em 2018, um aumento relevante do volume de vendas de queijo (+ 11,2%), para o qual muito contribuiu o crescimento das vendas da marca São Jorge DOP: de 65 toneladas em 2017 para 131 toneladas em 2018”, é assinalado.
DI/RL Açores