
A Vice-presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP Açores, Graça Silveira, defendeu, que “o Governo Regional dos Açores tem a obrigação de alocar, no âmbito do novo quadro comunitário de apoio, verbas significativas para a criação de um Plano Integrado de Desenvolvimento das Fajãs da ilha de São Jorge”, de modo a aproveitar todo o potencial de um produto turístico “invejável”.
No final das IV Jornadas Parlamentares que decorreram em São Jorge, dedicadas à temática “Turismo: o que falta fazer!”, os Deputados percorreram “um roteiro das Fajãs” (Fajã dos Cubres, Caldeira de Santo Cristo, Ouvidor, Vimes e Bodes) e constataram a necessidade urgente de se intervir no sentido de aproveitar ao máximo “todo o potencial” destes ecossistemas únicos e onde, nalguns deles, se produzem produtos únicos dos Açores.
A título de exemplo, Graça Silveira registou que “na Fajã da Caldeira do Santo Cristo produzem-se as amêijoas, únicas nos Açores, mas há interdições que foram impostas devido a uma contaminação e nunca mais se deu qualquer esclarecimento sobre o assunto, nem levantadas as interdições” e na Fajã dos Vimes os parlamentares populares viram produções de café (e provaram-no) e de linho (que abastecem algumas pequenas tecelagens).
Para inverter esta situação, acrescentou Graça Silveira, “o Governo Regional deve permitir e financiar, algo que já devia ter sido feito há muito tempo, um Plano Integrado de Desenvolvimento das Fajãs, alocando verbas significativas do novo quadro comunitário de apoio para tal”.
Segundo os democratas-cristãos este Plano teria várias vantagens: desde logo injectar dinheiro na economia local; depois recuperar, preservar e manter o valioso património das Fajãs: “numa primeira fase, injectando dinheiro na economia da ilha e criando empregos no sector da construção civil, investir na consolidação das encostas, melhorando a segurança de pessoas e bens e as acessibilidades e, numa segunda fase, recuperar e manter o valioso património ambiental e cultural que, neste momento, está completamente abandonado”. A somar a isto, Graça Silveira lembrou que “existem muitas Fajãs cujos acessos só são feitos por trilhos e existe uma série destes trilhos que estão fechados e abandonados; muito pouco é preciso para os reabilitar”.
Em síntese, “São Jorge tem um potencial turístico invejável que está completamente desaproveitado pelo Governo Regional, que tem políticas completamente erradas”.
O último dia das Jornadas centristas foi também dedicado a reuniões com os novos executivos municipais das Velas e da Calheta, tendo os Deputados do CDS-PP verificado “as enormes dificuldades financeiras de ambas as autarquias”, mas relevado “o espírito de colaboração” existente.
Graça Silveira destacou ainda que as autarquias estão “em sintonia” com o que o CDS-PP defende para o turismo na Região, ou seja, “um turismo de qualidade, direcionado para elites, valorizando o que temos de único e peculiar, como as nossas Fajãs, e para a nossa gastronomia, como as amêijoas da Caldeira do Santo Cristo ou o famoso queijo da ilha”.
RL/CDS-PP