O Secretário Regional da Saúde revelou hoje, em Ponta Delgada, na abertura das XIV Jornadas dos Médicos de Família dos Açores, que o Executivo pretende introduzir um novo sistema de financiamento das Unidades de Saúde de Ilha que permita um maior envolvimento dos médicos de família.
“Contamos em 2015 introduzir um sistema de financiamento às Unidades de Saúde de Ilha que permita uma participação dos médicos de família na gestão do orçamento da sua lista de utentes e assim abrir o caminho para a diferenciação positiva dos profissionais envolvidos”, afirmou Luís Cabral.
Na sua intervenção, o Secretário Regional salientou que se tem defendido a implementação nos Açores das Unidades de Saúde Familiares, mas frisou que se trata de uma medida que se tem verificado ser de reduzida eficácia a nível nacional.
“A geografia dos Açores exige uma organização diferente porque, logo à partida, não permite o sistema concorrencial e o tipo de atendimento que muitas vezes não se limita apenas a ambulatório e que não se coaduna com os princípios de contratualização em vigor no continente”, frisou.
Nesse sentido, considerou que as 99 estruturas de saúde existentes no arquipélago, contando com os hospitais, centros de saúde, postos e extensões de saúde, representam uma malha de serviços de saúde de proximidade que não é fácil atingir nem manter com o sistema proposto.
O Secretário Regional admitiu que faltam médicos de Medicina Geral e Familiar em algumas unidades, mas frisou também “que muitos concelhos têm a sua situação regularizada”, assegurando que continua a ser uma prioridade do Executivo que todos os açorianos tenham médico de família.
Para Luís Cabral, os 46 médicos que se encontram presentemente a fazer internato médico em Medicina Geral e Familiar em unidades de saúde da Região “serão praticamente suficientes para responder às necessidades”.
Por outro lado, salientou que “os horários de 40 horas semanais permitiram, no conjunto dos vários centros de saúde da Unidade de Saúde de Ilha de S. Miguel, que o número de consultas de Medicina Geral e Familiar passasse de 150 mil em 2012, para 282 mil em 2013, o que corresponde a um crescimento de 82%”.
Luís Cabral afirmou ainda que a cobertura assistencial a pessoas sem médico de família tem vindo a aumentar, recordando que, “só em 2013, realizaram-se nos centros de saúde de Angra do Heroísmo, Ponta Delgada e Ribeira Grande, 22 mil consultas a utentes sem médico de família”.
“Com a reorganização dos serviços, com a perspetiva da vinda de novos médicos, com a entrada de serviço efetivo dos internos será conseguida uma cada vez melhor prestação dos serviços assistenciais dos cuidados de saúde primários na Região”, afirmou o Secretário Regional da Saúde.
GaCS