
O Sindicato dos Professores da Região Açores (SPRA) reuniu esta segunda-feira em plenário, no auditório da Escola Profissional, com os docentes a lecionar na ilha de São Jorge. O objetivo destes plenários que se vão realizar em todas as ilhas do arquipélago é o debate e análise do processo de revisão do Estatuto da Carreira Docente na Região Açores e a apresentação e esclarecimento da posição do SPRA.
Em declarações à RL Açores, Fernando Vicente, um dos coordenadores do SPRA, explicou em que situação se encontra as negociações do sindicato com a Secretaria Regional da Educação e Cultura (SREC), que decorrem no âmbito da revisão do Estatuto da Carreira Docente.
O coordenador explicou que “o que é apresentado aos professores é o que está em cima da mesa, um processo negocial”, de onde fazem parte preocupações como as alterações a nível da carreira, os horários de trabalho, nomeadamente um acréscimo do horário de trabalho dos docentes de educação especial.
Neste plenário foi apresentada uma moção reivindicativa do SPRA, “Na defesa intransigente do Estatuto da Carreira Docente na RAA”, tendo sido aprovada por unanimidade pelos docentes da ilha presentes.
De acordo com Fernando Vicente, esta moção está relacionada com “dois grandes aspetos que demarcam a posição do Sindicato da posição da Secretaria”.
Um dos pontos tem que ver com a transição da carreira, uma vez que “os docentes não conseguem atingir o topo da carreira aos 34 anos efetivos”.
O outro ponto está então relacionado com os horários de trabalho, nomeadamente do primeiro ciclo e do ensino especial. “Todos os professores trabalham da mesma maneira, todos têm as mesmas regras de aposentação, logo todos têm de ter o mesmo horário de trabalho”, defendeu o coordenador.
Estes plenários realizados pelo Sindicato de Professores da Região Açores vão acontecer em todas as ilhas do arquipélago, tendo começado esta segunda-feira em São Jorge e em São Miguel.
Esta segunda-feira no auditório da Escola profissional estiveram presentes na sua maioria professores do primeiro ciclo, educadores de infância e professores de educação especial que, de acordo com Fernando Vicente, são os mais afetados por esta proposta de Decreto Legislativo regional que altera o Estatuto da carreira Docente nos Açores e que demonstram, acima de tudo, “um desencanto com a profissão”.
Liliana Andrade/RL Açores