À sua medida (Reportagem)

Charles Simas é um jovem ourives que fixou o seu negócio na Vila das Velas.

Tudo começou desde pequeno acompanhando o pai que era proprietário de uma ourivesaria. Charles cresceu envolvendo-se no negócio que era já da família, decidiu tirar formação profissional em Gondomar e acabou por criar A Minha Ourivesaria há já perto de cinco anos.

Quando se entra na ourivesaria de Charles não encontramos apenas um balcão com joias para venda. Encontramos também um jovem sentado por detrás de uma ‘banca de ourives’ a criar novas peças ou a restaurar joias e artefactos que os clientes encaminham para a ourivesaria.

O ourives confessa que o negócio está a correr muito bem graças à adesão das pessoas dado que “é diferente chegarem a uma ourivesaria e puderem escolher o feitio que querem”, acabando por facilitar a preferência dos clientes que por vezes optam por escolher o próprio material e idealizar o desenho para que Charles o reproduza.

Contudo, o feliz obstáculo que limita a produção das peças acaba por ser o tempo, dado que “torna-se difícil poder fabricar a peça e estar pronta no momento para a pessoa” devido à grande quantidade de trabalho que Charles tem, contando também com pequenos “consertos, reparações e assistência às peças que vendemos: alargar ou apertar”.

Dentro destes “pequenos consertos” encontramos um trabalho requeredor de mais tempo e atenção: a restauração de Coroas do Espírito Santo, um marco açoriano. Em conversa com o ourives, percebemos que há alguma procura de arranjo das tradicionais coroas por parte dos clientes.
Embora “complicado” e difícil de explicar por ter demasiados nomes técnicos, Charles expôs um pouco do trabalho que tem ao realizar esta ação. Por vezes é necessário “cinzelar peças para manter o mesmo desenho, o mesmo formato… se não nota-se que terá sido mexido e o objetivo é não se notar”.

No entanto, Charles não se limita apenas à produção de joias dedicando-se também aos bilaminados: desde álbuns fotográficos, guarda-joias ou molduras, são todos trabalhos feitos em metal precioso que fazem parte da área de conforto do ourives.

“Como a gente faz um bocadinho de tudo as coisas enquadram-se. Vão aparecendo trabalhos diferentes e a gente vai atacando um a um.”

No final da entrevista o ourives confessou que provavelmente uma das vantagens d’ A Minha Ourivesaria, será mesmo as opções que rodeiam o cliente: “os clientes assim têm mais opções que numa ourivesaria normal. Se não tiver o que eles querem, pode ser feito a gosto”.

Linda Luz/RL Açores