Caso das evacuações médicas de São Jorge e Graciosa: Mãe da jovem de 20 anos lamenta que grau de parentesco da filha com Olga Freitas se tenha sobreposto à sua situação clínica (c/áudio)

O caso das evacuações médicas de São Jorge e Graciosa, que remonta a fevereiro de 2017, cujo relatório do inquérito foi revelado na passada semana, tem gerado muita polémica na região. E é por isso que a mãe da jovem de 20 anos, que até agora tem sido sempre denominada como a prima da então Presidente do Conselho de Administração do Hospital de Santo Espírito, Olga Freitas, vem agora esclarecer toda a situação e o que se passou realmente com a sua filha.

Ora, em entrevista à RL Açores, a mãe da jovem lamenta profundamente que o grau de parentesco da sua filha com Olga Freitas se tenha sempre sobreposto à verdadeira situação clínica da jovem de 20 anos que na altura foi diagnosticada com um Traumatismo Crânio-encefálico em Evolução.

A mãe da jovem não põe em questão, de maneira nenhuma, o quadro clínico da criança da Graciosa, respeitando a situação, lamentando, porém a falta de respeito da qual a sua filha foi vítima.

A mãe da jovem explicou ainda detalhadamente o que aconteceu em fevereiro de 2017, que levou a filha a dar entrada no Centro de Saúde da Calheta, após um grave acidente de viação, realçando que até à evacuação aérea da jovem passara-se mais de 5 horas, sendo que a jovem só chegou a Ponta Delgada pela 1h30 da madrugada, depois de ter dado entrada nas urgências da Calheta por volta das 18h30.

A mãe da jovem diz mesmo que estas foram as “horas mais amargas” da vida desta família.

Quanto ao relatório do inquérito, mandado realizar pelo Presidente do Governo, onde vem explícito que, segundo a médica que recebeu a jovem em Ponta Delgada, a mesma poderia ter seguido num voo comercial no dia seguinte, a mãe da jovem diz que a opinião de cada um vale o que vale, mas acrescenta que é preciso ter em atenção o que vem escrito antes dessa frase no relatório em causa.

Recorde-se que o processo de inquérito às evacuações médicas de doentes das ilhas de São Jorge e da Graciosa, que foram pedidas quase em simultâneo, demonstra que houve interferência na decisão da médica reguladora em relação a quem socorrer primeiro, segundo notícia avançada na passada semana.

O processo de inquérito, conduzido pela Inspeção Regional da Saúde, foi pedido por Vasco Cordeiro em despacho de 7 de agosto de 2018.

 

 

 

 

 

Liliana Andrade/RL Açores

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