Crise no setor do leite e laticínios “é um problema europeu” que tem que ter “uma solução europeia”, afirma Neto Viveiros

O Secretário Regional da Agricultura e Ambiente afirmou, nas Jornadas Agrícolas da Praia da Vitória, que o “preço do leite ao produtor não pode continuar a descer”, frisando que, para isso, “é preciso que este problema, que é um problema europeu, tenha uma solução europeia”, como sempre defendeu o Governo dos Açores.

“O que defendemos hoje é o que defendemos desde sempre”, frisou Neto Viveiros, recordando as declarações do Presidente do Governo, em julho de 2015, alertando que “a partir do momento em que nacionalizarmos a resposta a este problema, faremos depender da capacidade financeira de cada Estado a melhor ou menor resposta ao assunto”.

Na altura, Vasco Cordeiro frisou que “na origem do problema está, ainda que não exclusivamente, a falta de decisão da União Europeia em acautelar devidamente as consequências da extinção do regime de quotas”.

Na intervenção que proferiu sexta-feira na abertura das jornadas, Neto Viveiros salientou que, a 14 de março, “os Açores voltam, ao fim de muitos anos, a estar num Conselho de Ministros Europeus da Agricultura”, considerando que o convite feito pelo ministro Capoulas Santos revela “respeito pela Autonomia e respeito pela importância da fileira do leite”.

O Secretário Regional, realçando que este “é um Conselho crucial para o leite, que vai estar no centro das atenções dos 28 estados membros da União Europeia”, adiantou que “Portugal já fez chegar o seu contributo, que inclui as preocupações açorianas”.

A posição portuguesa, revelou, defende que, “no quadro de medidas excecionais, se deve ter em conta a necessidade de autonomizar recursos e programas dirigidos a regiões com maiores dificuldades de produção, mas muito dependentes da atividade agrícola, de que se destaca o apoio às produções locais das regiões ultraperiféricas”.

“Este esforço de pressão e influência política, para o qual prevemos contar com o apoio de outros Estados Membros, insere-se no trabalho contínuo que temos vindo a desenvolver nesta legislatura, e que já permitiu obter vários apoios às nossas pretensões, quer ao nível do Parlamento Europeu, quer no âmbito da Conferência dos Presidentes das Regiões Ultraperiféricas”, frisou o titular da pasta da Agricultura.

Luís Neto Viveiros manifestou ainda estranheza pela ausência de “grandes reações de desagrado por parte de muitos dos que agora reclamam mais e já” na altura em que a “Comissão Europeia só atribuiu 4,8 milhões de euros a Portugal para apoio direto aos produtores, de que resultou uma ajuda para os Açores, após a distribuição nacional então decidida pelo Governo Central, de apenas 1,5 milhões de euros”.

GaCS/RL Açores