Devolução de IRS às famílias do concelho das Velas gera discórdia entre CDS e PS na Assembleia Municipal – Autarquia vai devolver 2,5%, PS queria que fossem devolvidos os 5% (c/áudio)

Para 2018 foi fixado o valor de 2,5% da participação variável no imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS), ou seja, no próximo ano, a autarquia velense, vai, pelo segundo ano consecutivo, devolver à população metade daquelas que são as receitas da autarquia em relação a este imposto. Prevê-se, assim, que o Município devolva às famílias entre 70 a 80 mil euros da receita obtida através do IRS, o que para Luís Silveira é um sinal claro de “apoio às famílias”.

Ora, o PS defendia que fosse devolvida a totalidade da receita, pretendendo que se devolvesse os 5%. O deputado municipal socialista Rui Sequeira recorreu mesmo ao facto de que a autarquia velense não é a que está em pior situação financeira da região para justificar o voto contra da sua bancada.

Um sentido de voto que fez o presidente da autarquia recuar na história e relembrar aquela que considerou ser a “almofada de espinhos”, segundo as suas palavras, deixada pelo Partido Socialista ao CDS-PP aquando da sua entrada para a Câmara Municipal.

Já o deputado municipal da CDU, António Machado, aproveitou a ocasião para deixar claro que no caso de votar contra o seu voto era completamente legítimo, devido à inexistência de historial da CDU tanto na Câmara como Assembleia Municipal.

Esta é a segunda vez em 40 anos de democracia que a Câmara Municipal das Velas devolve IRS às famílias do concelho, com o executivo camarário do CDS-PP a admitir que pretende, ao longo do mandato, chegar à devolução completa dos 5%.

A fixação da participação variável no imposto sobre o rendimento das pessoas singulares para o ano de 2018 foi aprovada com 10 votos contra, uma abstenção e com 10 votos a favor do CDS-PP com o presidente da Assembleia Municipal, João Estrela Maciel, a fazer valer o seu voto.

Liliana Andrade/RL Açores