A produção de leite em São Jorge tem vindo a diminuir o que se traduz num problema, quem o diz é a Eurodeputada Maria do Céu Patrão Neves. Patrão Neves falava à saída de uma reunião com a Associação de Agricultores e jovens agricultores de São Jorge e salientou as diversas preocupações apresentadas pelas duas associações, entre as quais a elevada exigência em termos de qualidade da produção de leite e também o preço significativamente inferior a que é pago o leite em comparação com as outras ilhas e com o Continente.
“Aqui em São Jorge, especificamente, temos um problema de produção de leite que tem vindo a diminuir, de uma produção de leite que é, extraordinariamente, exigente em termos de qualidade, uma vez que o leite não se destina à pasteurização, mas é vendido cru para a transformação em queijo”, afirmou Patrão Neves, dizendo que é por isso que “as exigências de qualidade são maiores”.
A eurodeputada falou ainda na importância do grande produto lácteo produzido na ilha, o queijo de São Jorge, lamentando o facto de este “estar a ser vendido muitas vezes como marca branca ou queijo da ilha, o que significa que não tem o seu real valor” o que mais uma vez provoca baixos rendimentos para os produtores.
Patrão Neves frisou que nestas circunstâncias é complicado esperar que o sector se desenvolva ou que “traga mais gente nova para ajudar a tornar o sector mais competitivo”.
“Estamos numa situação difícil que tem de ser acompanhada por todas as pessoas que têm responsabilidades na agricultura”, ressalvou a eurodeputada.
Maria do Céu Patrão Neves acrescentou ainda que nestas reuniões foram debatidos “os principais temas para a agricultura já em 2015”, dizendo mesmo que “não há qualquer dúvida que os desafios para o sector agrícola são enormes”, destacando aspectos preocupantes como “o tão receado fim das cotas leiteiras que vai acontecer a um de Abril de 2015” e a revisão do POSEI que tem um forte impacto na agricultura dos açores.
Liliana Andrade/RL Açores