Na sequência das declarações proferidas pelo deputado do PCP Açores, Aníbal Pires, onde acusou a EBS de Velas de “concorrência direta e desleal” à Escola Profissional da Ilha de São Jorge (EPISJ), aquando da sua visita parlamentar à ilha, o presidente do Conselho Executivo da EBS de Velas, Rui Moreira, mostrou-se muito indignado e insatisfeito com estas críticas, dizendo mesmo não admitir que alguém acuse a EBS de velas de ser responsável pelos problemas da EPISJ.
Rui Moreira disse mesmo que tais acusações “são falsas e não correspondem à realidade” e que “é um desculpa que alguém quer, neste momento, arranjar para justificar os problemas que existem na EPISJ”.
“As pessoas se querem, realmente, ter a noção dos problemas que existem na EPISJ que façam uma análise da gestão da escola desde há muitos anos atrás e aí é que vão chegar à conclusão de quem são os verdadeiros responsáveis”, frisou o presidente do Conselho Executivo da EBS de Velas.
Quanto à questão da abertura de cursos profissionais na EBS de Velas, Rui Moreira esclareceu que “a partir do momento que a escolaridade obrigatória passou para os 18 anos de idade ou para o 12ºano, qualquer escola pública da Região Autónoma dos Açores tem que ter alternativas para aqueles alunos que querem prosseguir estudos em cursos que não sejam os científicos e humanísticos”, uma vez que estes cursos “se destinam única e exclusivamente ao prosseguimento de estudos no ensino superior”.
É, por isso, que a EBS de Velas oferece anualmente um curso profissional, tendo aberto há três anos o primeiro curso, Técnico de Animador Sociocultural, no ano passado abriram o de Técnico de Apoio à Infância e, este ano, vão abrir o Técnico de Secretariado, que, de acordo com Rui Moreira, irá contar com 16 alunos. O professor acrescentou ainda que “todos estes são cursos que não são oferecidos pela Escola Profissional”.
Por seu turno, Roger Sousa, presidente do conselho executivo da EPISJ, afirmou que não é responsável pelas declarações proferidas pelo deputado Aníbal Pires, mas que de facto,”as escolas do ensino público têm causado problemas às escolas profissionais, não só em São Jorge mas em toda a região”, considerando que está “é uma má politica” do Governo Regional.
Roger Sousa afirmou mesmo que neste caso concreto a abertura de cursos profissinais na EBS de Velas “está a pôr em causa a sustentabilidade” da Escola Profissional.
Roger Sousa acrescentou ainda que apesar de não serem os mesmos cursos a verdade é que a escola profissional está a perder alunos devido à abertura de cursos profissionais na EBS de Velas.
O presidente do conselho executivo da escola profissional realçou também o facto de estes mesmos cursos poderem abrir com apenas 10 alunos nas escolas públicas enquanto nas escolas profissionais são necessários 18 alunos para que um curso possa abrir.
Roger Sousa apontou também a questão de que uma vez que estes cursos abertos nas escolas públicas não têm financiamento, “é menos dinheiro que entra para a ilha de São Jorge, uma vez que cada curso que a Escola Profissional abre são cerca de 100 mil euros que entram na economia da ilha de São Jorge, direta e indiretamente”, havendo uma parte que fica cá e outra que não fica, mas que” gera riqueza de qualquer maneira”.
De salientar que a EPISJ irá abrir apenas dois novos cursos no próximo ano letivo, o Técnico de turismo nível IV e o curso de Técnico de Manutenção Industrial/Mecatrónica Automóvel também de nível IV.
Liliana Andrade/RL Açores