O Secretário Regional da Agricultura e Florestas afirmou que a Feira Agrícola de São Jorge é uma oportunidade para constatar a importância deste setor para o desenvolvimento sustentado, para a criação de emprego e de riqueza e para a qualidade de vida dos Jorgenses.
“Este é um momento importante, uma montra do setor nesta ilha, da sua evolução e do seu crescimento. É também uma ocasião para reafirmar, de forma expressiva, a importância da agricultura para a economia de São Jorge”, salientou João Ponte, que falava sexta-feira na abertura do certame, que decorre até domingo.
Na sua intervenção, João Ponte destacou que a receita do leite produzido em 2017 nesta ilha totalizou 8,2 milhões de euros, a venda de queijo ascendeu a 12 milhões de euros e as ajudas e apoios do POSEI e PRORURAL+ totalizaram 9,4 milhões de euros, indicadores que considerou serem “muito positivos e relevantes” para a economia da ilha.
O Secretário Regional salientou também a importância do setor cooperativo e o percurso feito nos últimos anos ao nível da recuperação dos atrasos nos pagamentos aos produtores, reestruturação financeira, modernização das queijarias, melhoria da qualidade e aumento da valorização do queijo, sem esquecer a estabilidade do preço do leite pago à produção e o aumento da produção de leite, que cresceu 2,5 milhões de litros entre 2014 e 2017.
“Esta estratégia de sucesso é resultado de um trabalho profícuo e articulado entre o Governo dos Açores, o setor cooperativo e os agricultores”, frisou João Ponte, que elogiou o trabalho dos agricultores jorgenses, o seu empenho, a sua capacidade de resiliência e vontade de vencer desafios.
O Secretário Regional da Agricultura e Florestas indicou que há novos desafios pela frente, que passam por continuar a valorizar o ‘Queijo de São Jorge’, um símbolo da ilha e dos Açores, abrindo novos mercados que garantam a sustentabilidade do setor cooperativo.
“As cooperativas devem focar a sua atenção agora nos mercados e nos consumidores para responder aos novos hábitos de consumo”, afirmou João Ponte, acrescentando que devem continuar a ser desafios permanentes “garantir leite com qualidade e atingir níveis de produção que permitam às cooperativas assegurar a sua competitividade”.
João Ponte garantiu ainda que o Governo Regional vai continuar a investir na modernização do matadouro de São Jorge, infraestrutura onde, nos últimos dois anos, o numero de abate de bovinos teve um crescimento de 70%.
“Apesar do atual matadouro dar resposta cabal às necessidades, vamos avançar com a melhoria das condições com vista à sua certificação e melhoria do bem-estar animal. No próximo ano, vamos também avançar com o desenvolvimento de um projeto para este matadouro, para que uma moderna infraestrutura possa estar ao serviço do setor logo após 2020”, revelou o governante.
João Ponte assegurou ainda que o Governo dos Açores vai continuar a trabalhar para criar melhores condições para os agricultores desenvolverem as suas atividades, disponibilizando instrumentos técnicos e financeiros que permitam produzir com mais qualidade, com menores custos, e apoiar a indústria a acrescentar valor às suas produções e na procura de novos mercados.
Para a implementação da estratégia de desenvolvimento da agricultura, o Executivo açoriano considera imprescindível dois instrumentos, nomeadamente o POSEI e o PRORURAL+, reiterando João Ponte que a proposta de orçamento apresentada pela Comissão Europeia não satisfaz os Açores.
“Importa uma mobilização de todos, da Região e do país, para, na fase de negociações que agora se inicia, poder ser melhorada a proposta da Política Agrícola Comum (PAC) 2021 – 2027, para termos nos Açores um orçamento da PAC que seja suficiente para continuarmos a reduzir as assimetrias e a compensar os elevados sobrecustos da produção na Região devido às nossas condições de região ultraperiférica”, afirmou João Ponte.
GaCS/RL Açores