O REGRESSO DO DIA DE SÃO VAPOR
Na semana passada o Secretário Regional do Turismo e Transportes anunciou que este ano de 2014 finalmente, vamos ter ligações de barco entre Calheta (São Jorge) e Angra do Heroísmo (Terceira), a começar em 15 de Junho e até 15 de Setembro, com duas ligações por semana, em dias diferentes dos dias com ligação entre Velas (São Jorge) e Praia da Vitória (Terceira).
Temos porto, temos barcos e temos gare marítima, por isso…
É na verdade uma boa notícia. Os Jorgenses esperam há muito por esta ligação.
A Vila da Calheta já não se lembra do “DIA DE SÃO VAPOR”.
Eu enquanto jovem, (há muitos anos portanto) estudante na Ilha Terceira, muito viajei nos então “barquinhos” TERRA-ALTA, ESPIRITO SANTO e o SANTO AMARO, neste percurso CALHETA – ANGRA – CALHETA.
Com toda a circulação de pessoas e bens, sentia-se e vivia-se naquele tempo “O DIA DE SÃO VAPOR”.
Esta ligação com a Ilha Terceira, tenho a certeza que irá contribuir em muito para tirar a Vila da Calheta de um certo marasmo em que se encontra, e beneficiará toda a Ilha de São Jorge.
Fico feliz pelos cerca de 9.000 habitantes desta Ilha de São Jorge, poderem ter mais esta ligação marítima, mas fico ainda mais feliz por podermos receber os 56.000 habitantes da Ilha Terceira.
Sim porque, do ponto de vista económico somos uma Ilha que tem muito para dar e ser rentabilizado, e é nisso que temos que apostar. Portanto ter ligação (acessibilidade) com uma Ilha de 56.000 habitantes como é a Ilha Terceira, é uma mais-valia inegável.
Temos que reativar a nossa pequena economia, e só recebendo mais gente na Ilha, isso será possível.
Somos uma Ilha com um património natural e gastronómico de excelência.
Somos a Ilha “Capital das Fajãs”, lugares paradisíacos como por exemplo a Fajã da Caldeira do Senhor Santo Cristo e tantas outras das nossas 74 Fajãs Jorgenses.
Na gastronomia o nosso queijo “São Jorge” é Rei, não esquecendo as ameijoas, únicas nos Açores e oriundas da lagoa da Fajã da Caldeira do Senhor Santo Cristo. A nossa doçaria com as inconfundíveis “espécies” e “rosquilhas de aguardente” ou nosso “bolo de coalhada”.
Nos trilhos pedestres temos percursos reconhecidos mundialmente, com paisagens de “cortar a respiração”.
Temos unidades hoteleiras de qualidade (hotel, residenciais e turismo rural).
Temos restaurantes que premeiam por apresentar gastronomia local.
Não temos que inventar, nem copiar coisas de outras regiões ou países, quando temos tudo cá, e genuinamente bom.
Faço votos para que a materialização desta operação marítima e este aumento de acessibilidades à Ilha de São Jorge, seja uma mais-valia aproveitada, e que crie uma dinâmica económica tão necessária nos tempos que correm.
Mark Marques 17.03.2014