O Secretário Regional dos Recursos Naturais destacou, esta terça-feira, a “evolução muito positiva” do desempenho da Uniqueijo, comprovada ao nível dos indicadores de gestão e da redução do prazo médio de pagamento de seis para três meses aos produtores associados, frisando, no entanto, que “ainda há muito a fazer”.
“Os indicadores que melhoraram são satisfatórios, mas ainda há muito a fazer”, frisou Luís Neto Viveiros, em declarações aos jornalistas no final de uma reunião com a Direção da União de Cooperativas realizada no âmbito da Visita Estatutária do Governo dos Açores a São Jorge.
“Acreditamos, através do acompanhamento que fazemos e da própria Direção da Uniqueijo, que, no futuro, as condições sejam significativamente melhores do que as atuais”, afirmou o Secretário Regional, destacando que, desde a assinatura do protocolo de cooperação, em novembro, foi possível através de um esforço conjunto “reduzir alguns custos” e “introduzir melhorias na gestão”, obtendo-se, por essa via, “poupanças significativas em todo o processo fabril”.
Para Luís Neto Viveiros, trata-se de um “processo lento que, paulatinamente, dará os seus resultados”, permitindo retirar todo o proveito de “um potencial enorme no mercado que é o queijo de São Jorge”.
“O que nós estamos a fazer [através da comissão técnica de acompanhamento] é, de facto, a criar condições para que se aumente não só a rentabilidade das explorações como a do processo de fabrico do queijo de São Jorge”, afirmou.
Bráulio Fonseca, da direção da Uniqueijo, referiu que as principais preocupações da União de Cooperativas têm a ver com “o sufoco financeiro”.
“Vamos tentar fazer uma reestruturação de divida junto da banca, algo que faz falta à Uniqueijo para ver se saímos deste sufoco e conseguimos, realmente, pôr as pessoas a viver de outra forma”, assegurou Bráulio Fonseca.
O responsável afirmou que “não será necessário recorrer a mais empréstimos”, sendo, no entanto, importante colocar a longo prazo as atuais dividas.
Sobre o pagamento atempado aos produtores, Bráulio Fonseca fez saber que “neste momento os pagamentos estão a 90 dias”, tendo passado de “seis, sete meses para três meses”, isto em três anos.
Questionado sobre a reunião que também realizou esta terça-feira com as associações de agricultores da ilha de São Jorge e, em particular, sobre o futuro POSEI, o Secretário Regional recordou que a proposta para a revisão deste programa resultou da auscultação e do contributo de todas as associações.
Nesse sentido, recordou que realizou, na semana passada, num encontro com a Federação Agrícola dos Açores e todas as suas organizações associadas onde a proposta recebeu “uma posição global muito positiva”.
A proposta, segundo frisou, “visa agilizar os procedimentos, criar maior transparência nos prémios e adaptá-los” à realidade atual da Agricultura nos Açores.
Luís Neto Viveiros adiantou ainda, relativamente ao subsídio de extensificação, que serão feitos “alguns acertos” antes da entrega da proposta final à Comissão Europeia no próximo mês, nomeadamente para “acautelar que os interesses dos agricultores dos Açores, em todas as ilhas, estejam salvaguardados” no âmbito dos “parâmetros do POSEI”.
GaCS/RL Açores