Mapeamento da plataforma insular de Santa Maria contribui para desenvolvimento sustentável da ‘economia azul’ nos Açores

Uma campanha científica de mapeamento da plataforma insular da ilha de Santa Maria e do topo do monte submarino das Formigas está a decorrer até 14 de setembro, no âmbito do projeto ‘PLATMAR – Evolução de plataformas insulares vulcânicas: a ilha de Santa Maria e implicações para avaliação de riscos, cartografia de habitats e gestão de agregados marinhos’

O Diretor Regional dos Assuntos do Mar salientou que este projeto, que recorre a tecnologia acústica, nomeadamente a um sonar de varrimento lateral e sísmico e a magnetómetros, “está a usar o navio de investigação ‘Arquipélago’ para mapear, em alta resolução, toda a plataforma insular da ilha de Santa Maria, até aos 200 metros de profundidade”.

Filipe Porteiro frisou que, em termos científicos, o projeto vai trazer novos dados que vão permitir “conhecer melhor a complexa geologia da mais antiga ilha dos Açores”, salientando que irá, igualmente, “definir estratégias de gestão de riscos associados à sua dinâmica geológica”.

“O projeto de mapeamento da plataforma insular de Santa Maria contribui para o desenvolvimento sustentável da ‘economia azul’ nos Açores”, afirmou o Diretor Regional, salientando que os dados recolhidos serão “de extrema importância para a atualização das cartas náuticas do Instituto Hidrográfico, uma exigência para a promoção de uma navegação segura à volta das ilhas dos Açores”.

O PLATMAR vai permitir cartografar e estimar os mananciais de areias submersas, uma “informação fulcral” para a gestão de uma exploração sustentável deste recurso mineral, frisou Filipe Porteiro, acrescentando que irá também “disponibilizar dados para mapear os habitats costeiros da ilha, definindo, assim, áreas de interesse para a conservação e para a exploração sustentável de recursos biológicos”.

“Há cerca de uma década que o Governo dos Açores promove trabalhos de caraterização dos mananciais de áreas submersas nas plataformas insulares de diversas ilhas dos Açores”, disse, acrescentando que os mapeamentos cobrem as ilhas do Faial, Pico, S. Jorge, Flores e S. Miguel.

“A tecnologia usada agora na campanha de mapeamento da plataforma insular da ilha de Santa Maria é mais avançada”, afirmou, adiantando que “os mapas terão uma resolução sem precedentes”.

O mapeamento dos habitats costeiros é uma exigência da Diretiva Quadro Estratégia Marinha (DQEM) e da Diretiva Habitats da Rede Natura 2000, instrumentos de conservação de espécies e habitats dos mares da europa.

“A informação recolhida será utilizada para a gestão eficiente das áreas marinhas protegidas incluídas nos Parques Naturais em todas as ilhas”, revelou o Diretor Regional, acrescentando que “o PLATMAR vem complementar outros projetos no âmbito do Plano Estratégico para o Ambiente Marinho dos Açores (PEAMA)”.

O mapeamento integral e em alta definição do topo do monte submarino das Formigas, uma reserva natural do Parque Natural de Santa Maria, “é um contributo de grande impacto para a conservação dos seus recursos biológicos”, afirmou Filipe Porteiro.

Neste contexto, o Diretor Regional defendeu que o PLATMAR “contribui para aumentar a qualidade das atividades marítimo-turísticas”, que são “uma oferta cada vez mais relevante no contexto do turismo de natureza que distingue o arquipélago”.

Este projeto é liderado pelo Instituto Hidrográfico e tem como parceiros o Governo dos Açores, através da Direção Regional dos Assuntos do Mar, e o IMAR/DOP.

GaCS