
O Parlamento açoriano chumbou esta quarta-feira o Projeto de Resolução do Bloco de Esquerda que recomendava ao Governo a adoção de medidas que protegessem o emprego na Fábrica Conserveira Santa Catarina. Em causa estava também, para o Bloco de Esquerda, a impossibilidade de deslocalização da fábrica aquando do seu processo de privatização.
Ora, o Grupo Parlamentar do BE não concorda com a privatização da conserveira Santa Catarina, mas perante a inevitabilidade de avançar com a mesma, há aspetos que têm que ser salvaguardados no caderno de encargos, como explicou António Lima, deputado do Bloco de Esquerda.
Condições que foram igualmente defendidas pelo PSD, com António Pedroso a afirmar que é de extrema importância preservar estes 140 postos de trabalho.
Também o CDS-PP, através de Jorge Paiva, afirmou que não garantir estas condições apresentadas pelo Bloco de Esquerda é pôr em causa a economia jorgense.
Ora, a bancada socialista relembrou a intervenção do Governo há cerca de 10 anos na empresa, com André Rodrigues a elencar o que vai permitir esta privatização e a acusar o Bloco de Esquerda de fazer aproveitamento político desta situação.
Para além do voto contra do PS, o Projeto do Bloco recebeu ainda o voto contra do PCP. João Paulo Corvelo, o deputado comunista, voltou a referir que o PCP é contra a privatização da conserveira.
O Projeto de Resolução do BE acabou então por ser chumbado, contando apenas com os votos favoráveis do BE, CDS-PP e PSD, sendo que PS e PCP votaram contra.
Ora, o Governo Regional, através do Secretário Regional do Mar, Gui Meneses, garantiu no debate que essas condições constam do caderno de encargos, lembrando o que está em cima da mesa com esta privatização.
Gui Meneses recuou no tempo, até 2009, ano em que o Governo comprou, através da Lotaçor, a Conserveira, dizendo mesmo aos trabalhadores da Fábrica que podem estar descansados ao nível da salvaguarda dos seus postos de trabalho.
O Secretário regional do Mar frisou ainda que há limitações ao nível da intervenção do Governo Regional na empresa, afirmando mesmo que não devem haver ilusões.
Liliana Andrade/RL Açores