
O Gabinete de Investigação de Acidentes Marítimos e da Autoridade para a Meteorologia Aeronáutica (GAMA) já divulgou o seu relatório de investigação técnica ao acidente ocorrido com o navio “Mestre Simão” no porto da Madalena, a 6 de janeiro deste ano, sendo que depois de avaliar o estado do tempo e do mar naquele dia, concluiu que o navio Mestre Simão não tinha condições para tentar fazer a aproximação ao Porto da Madalena do Pico em segurança.
A notícia é avançada pela estação pública regional que adianta ainda que tendo em conta os avisos emitidos pela Capitania do Porto da Horta e pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera, o navio já nem devia ter saído do Porto da Horta, mas a ter largado devia ter voltado para trás ou prosseguido viagem para outro porto.
Estes avisos foram considerados pelo Mestre do Navio, mas o relatório conclui que o Mestre não levantou a hipótese da existência de uma ondulação de altura significativa superior à prevista.
A realidade, segundo indica o relatório, é que o navio navegava em popa rasa e foi colhido por três vagas de altura superior à altura significativa prevista.
O Mestre Simão perdeu, assim, o controlo direcional e encalhou. Devido à violência do encalhe, o navio abriu vários rombos e o Mestre deu ordem para abandonar.
Uma evacuação que foi alvo de elogios por parte do Gabinete de Investigação de Acidentes Marítimos e da Autoridade para a Meteorologia Aeronáutica a par da assistência feita em terra igualmente.
Assim, o relatório recomendou à Atlânticoline que inclua do Sistema de Gestão de Segurança com uma lista de verificação das condições de tempo e de mar, para apoiar a avaliação dos Mestres às condições de segurança para a realização das viagens.
Apesar dos elementos a verificar na referida lista já serem, antes do acidente, disponibilizados rotineiramente, a Atlânticoline já integrou uma lista de verificação com as características descritas pelo GAMA nos procedimentos de segurança a bordo de todos os navios.
Este documento do GAMA tem apenas como objetivo reduzir a sinistralidade marítim não pretendendo determinar culpas ou qualquer responsabilidade.
RTP Açores/RL Açores
Fotografia: ©Direitos Reservados