Este sábado, dia 14 de março, São Jorge esteve à prova num encontro com o vinho. O evento organizado pelo Município da Calheta contou com casa cheia para apreciar o melhor vinho que ainda se produz na ilha.
“Este não é um ato isolado”, afirmou Décio Pereira, explicando que o objetivo do evento é que daqui a algum tempo “mais pessoas se associem” a esta prática e possam receber os fundos adjacentes a esta, que foram igualmente apresentados no evento.
De acordo com Décio Pereira, é preciso potenciar os produtos jorgenses. “Acredito, sobretudo, que é possível transformar os nossos produtos num grande cartaz turístico”, afirmou o autarca, salientando que com isto será possível gerar emprego para a população.
O autarca calhetense lamentou a falta de apoios e divulgação por parte das entidades competentes, ressalvando que as pessoas devem também envolver-se mais nestas áreas.
“Há entidades do governo na ilha que devem, de uma forma muito objetiva, fazer este trabalho, é obrigação deles, (…) falta nós como cidadão envolvermo-nos nessas coisas e percebermos que isso tem valor e que pode dar emprego aos nossos filhos e falta a nossa classe política elevar a sua atividade diária e ter coragem de se unir quando é preciso”, afirmou Décio Pereira.
Num encontro com esta temática, não podia faltar um especialista em vinhos. Paulo Machado, presidente da Comissão Vitivinícola Regional dos Açores, veio falar sobre a produção e negócio do vinho em S.Jorge que foi de grande qualidade até cerca de 1930.
Paulo Machado não tem dúvidas que é possível relançar esta atividade em São Jorge. As Fajãs da costa sul da ilha têm grande potencialidade, segundo afirmou.
“Há zonas, principalmente na encosta sul, nas fajãs do lado sul, com um microclima excecional para a produção de vinho e que estão subaproveitadas”, frisou o Enólogo, realçando o facto de no passado ter sido “possível fazer grandes vinhos de renome mundial que saíram exatamente destas zonas”.
O presidente da Comissão Vitivinícola considerou ainda que para se relançar o negócio do vinho na ilha “é preciso haver uma grande iniciativa por parte dos agricultores e viticultores”, acreditando, acima de tudo, que é viável e não esquecendo os apoios disponíveis.
Liliana Andrade/RL Açores