O Furacão Alex que se previa que deixasse grande rasto pelos Açores na passada sexta-feira acabou por passar sem provocar grandes danos.
Em São Jorge, uma das ilhas que se chegou a prever que fosse das mais afetadas, o sentimento geral vai ao encontro do velho ditado: “mais vale prevenir do que remediar”.
Na ilha estava tudo preparado para receber o furacão Alex que prometia vir em força. A população estava em alerta máximo e houve mesmo quem não conseguisse dormir sempre com receio que o pior acontecesse, como é o caso de José Goulart.
José Goulart vive no Topo, uma das zonas que se julgou que poderia ser a mais ameaçada pelo Alex.
Se a trajetória do furacão Alex tivesse de facto passado em cheio pela zona do Topo, grandes prejuízos estavam garantidos, segundo José Goulart.
A passagem do furacão Alex, na passada sexta-feira, pelos Açores apenas causou pequenos estragos, obrigou ao cancelamento de ligações aéreas e marítimas e ao encerramento de tribunais e escolas.
O fenómeno, o primeiro desta natureza a ocorrer em janeiro, em quase 80 anos, de acordo com meteorologistas norte-americanos, levou à emissão de aviso vermelho, o mais grave, para vento, agitação marítima e chuva para os grupos central e oriental.
Contudo, pouco depois das 11:00, após o período considerado crítico, apenas havia a registar quedas de árvores, três inundações em habitações, sem qualquer necessidade de realojamento, e algumas derrocadas.
Antecipando a chegada de ‘Alex’ ao arquipélago dos Açores, a transportadora açoriana SATA decidiu cancelar os voos que tinha agendado para de manhã entre as ilhas. As ligações entre Lisboa e Horta e um voo de Boston para a Terceira foram também suprimidos.
A Atlânticoline, empresa pública de transporte marítimo de passageiros e viaturas, cancelou a viagem prevista para de manhã entre as ilhas do Faial, Pico e São Jorge.
O Governo Regional dos Açores recomendou o fecho de creches e jardins-de-infância e dos serviços públicos do Estado, nas sete ilhas do arquipélago com aviso extremo de mau tempo, com exceção de hospitais, centros de saúde e serviços da proteção civil.
Os tribunais estiveram fechados e não houve aulas nas escolas e na Universidade dos Açores.
O furacão passou a leste da Terceira, ilha do grupo central, para o qual eram esperadas rajadas que podiam atingir os 170 quilómetros por hora. Porém, a ilha acabou por ser afetada pela parte menos ativa do fenómeno.
O aviso vermelho foi levantado ao início da tarde, passando a amarelo, o segundo mais grave, devido à ondulação.
Durante a tarde, o ‘Alex’ passou a tempestade tropical.
Liliana Andrade/RL Açores/AO
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