“SATA Air Açores está a falhar a sua principal missão que é servir os Açorianos”, afirma Artur Lima

O Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP Açores, Artur Lima, acusou, esta quarta-feira, a SATA Air Açores de estar a “falhar a sua principal missão” de serviço público nas ligações inter-ilhas, apesar de receber “milhões de euros” do Governo Regional, denunciando a falta de lugares disponíveis nos voos internos.

“A SATA está a falhar naquela que é a sua principal missão, que é serviço público na Região Autónoma dos Açores, pela qual vai receber, para os próximos cinco anos 135 milhões, isto é, 27 milhões de euros por ano”, frisou Artur Lima, numa conferência de imprensa, na Aerogare Civil das Lajes, na Praia da Vitória.

Segundo o líder da bancada parlamentar popular, apesar “dos milhões” transferidos para a companhia, os voos inter-ilhas estão lotados, nos próximos dias, em várias rotas: “É mais fácil encontrar uma agulha num palheiro do que um lugar na SATA na rota Terceira/Ponta Delgada ou Ponta Delgada/Terceira. O mesmo se diga na rota São Jorge/Terceira e Terceira/São Jorge. O mesmo se diga para o Pico ou mesmo para as Flores”, salientou, apontando o exemplo concreto da próxima sexta-feira, dia 24, “onde não há um único lugar nos cinco voos que ligam a Terceira a Ponta Delgada, nem nas rotas que ligam a Terceira ao Pico ou a São Jorge”. No caso das Flores, por exemplo, “na sexta-feira é impossível fazer a viagem sem que se tenha que ir dormir, de véspera, ao Faial ou a São Miguel”, denunciou Artur Lima.

“Um Açoriano que queira ir visitar um familiar a outra ilha, não vai, porque não tem lugar na SATA; um empresário que queira ir fazer negócio a outra ilha, não vai, porque não tem lugar na SATA; uma família que queira ir de férias para outra ilha, promovendo o turismo interno, não vai, porque não tem lugar na SATA. A SATA está a falhar naquela que é a sua principal missão, que é assegurar o serviço público na Região”, advertiu.

Para o Presidente e Líder Parlamentar democrata-cristão açoriano a responsabilidade desta falta de resposta de qualidade aos Açorianos “é do conselho de administração” da empresa, mas, “sobretudo da negligência do Governo Regional, único acionista, que não consegue dar orientações claras”.

Aumentar rentabilidade de frota e tripulações

Para Artur Lima é possível aumentar a “rentabilidade das aeronaves e das tripulações”, denunciando que as tripulações da SATA Air Açores, segundo relatórios da própria empresa, “trabalham, em média quatro horas por dia, sendo que apenas duas são efectivas horas de voo”. Ora, acrescentou, “até por uma questão de carreira o que as tripulações querem são horas de voo”, pelo que o CDS-PP entende que “uma gestão eficiente e eficaz” da SATA permite aumentar o número de voos nas ligações inter-ilhas.

Outro caso de gestão duvidosa, para Artur Lima, é “o gozo” que fizeram “aos Açorianos, em geral, e aos Terceirenses, em particular”, quando voltaram a estacionar nas Lajes um avião da frota inter-ilhas: “Estacionaram um avião aqui na Terceira, mas a tripulação não fica cá. Há dias em que a tripulação só chega à ilha por volta das 11h00 e o avião só voa cerca do meio-dia, perdendo-se três a quatro horas úteis de trabalho, quase todas as manhãs”, salientou.

Interpelado pelos jornalistas relativamente ao anúncio público do Governo de que durante o mês de Agosto irá reforçar a operação inter-ilhas com mais 6400 lugares, Artur Lima desvalorizou, lamentando que o executivo socialista só trabalhe “por reação”, em vez de “ter tudo programado”.
“Essa medida do Senhor Presidente do Governo não me parece que resolva minimamente o assunto. Ficamos à espera que o Governo tome medidas de fundo”, desafiou.

Por outro lado, o Líder Parlamentar do CDS insistiu nas críticas aos “escandalosos preços” das passagens cobradas nas ligações inter-ilhas, criticando a “descida degradê” anunciadas para Outubro, no âmbito das novas obrigações de serviço público regionais. “O Governo Regional vai aplicar aos Açorianos o mesmo modelo que critica na República, ou seja, vai aplicar o modelo que faz variar o preço das passagens em funções das distâncias a percorrer”, atirou Lima defendendo, novamente, que a solução preconizada pelo seu partido passa pela criação de “uma tarifa única” nas ligações entre as ilhas, “com exceção daquela que consideramos ser a nossa ultraperiferia extrema, que são as Flores e o Corvo”, remetendo, “para breve”, mais explicações, nomeadamente sobre o teto máximo a impor.

GICDS-PP Açores/RL Açores

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