Tradições que não se perdem – Artesanato em madeira no Norte Pequeno (c/áudio)

Há tradições que não se perdem, Nildo Borges é o exemplo disso. Natural do Norte Pequeno e reformado da profissão de agricultor, Nildo continua a manter-se ocupado ao fazer pequenas peças de artesanato em madeira que pretendem retratar a vida na lavoura de antigamente.

Desde carros de bois e arados aos currais de porcos e ao que era utilizado antigamente nas respectivas matanças.

A RL Açores esteve à conversa com Nildo Borges que nos falou um pouco mais sobre esta sua arte, como surgem as ideias e como faz as peças.

Nildo explicou que muitas das ideias que tem surgem quando já está a descansar, levantando-se muitas vezes durante a noite e indo até à loja onde prepara tudo para não se esquecer.

“Começo a pensar e digo: olha, vou fazer aquilo. Venho até aqui num instante, começo a arranjar as coisas e depois no outro dia sento-me ali e começo a fazer a tal peça”, afirmou.

Uma navalha e um vidro são as ferramentas utilizadas por Nildo para elaborar estas distintas peças, referindo ainda que “de vez em quando utiliza um berbequim para fazer algum furo que seja preciso”.

Nildo conta que muitas pessoas param na sua casa para verem algumas peças fruto do seu trabalho, peças estas que durante este verão também estiveram expostas na Junta de Freguesia do Norte pequeno, numa exposição intitulada “Pegadas do Passado”.

 De entre muitas peças na pequena loja de Nildo Borges destacam-se aquelas que recriam algumas formas de viver do passado, como o curral do porco e os instrumentos utilizados na matança bem como o chafariz da freguesia onde as pessoas iam buscar a água ou até mesmo a carroça que transportava os habitantes até à vila.

Nildo explicou-nos ainda que não vende as suas peças mas que não deixa de oferecer alguma coisa a quem o visita e a quem aprecia os seus trabalhos.

Liliana Andrade/RL Açores