Aprovada iniciativa do Governo Regional para que açorianos se reformem aos 64 anos e dois meses

O parlamento dos Açores aprovou uma anteproposta de lei do Governo Regional para adaptar o regime de acesso à pensão que reduz a idade de reforma dos açorianos para 64 anos e dois meses.

O diploma, que segue agora para Assembleia da República (onde vai ser discutido e votado), foi aprovado em votação final global com os votos a favor de PSD, CDS-PP, PPM, Chega e PAN, a abstenção de PS e BE e contra da IL, durante o plenário que decorre na sede do parlamento açoriano, na Horta.

Na apresentação da iniciativa, o vice-presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) lembrou que os açorianos têm “consistentemente e comprovadamente” uma esperança média de vida inferior à média nacional e considerou que os habitantes no arquipélago “não podem ser financiadores desproporcionais do sistema de pensões”.

Segundo Artur Lima, a proposta do executivo açoriano permite a redução da idade da reforma dos açorianos para 64 anos e dois meses, menos dois anos e cinco meses face à idade da reforma em vigor em todo o território nacional em 2025 (66 anos e sete meses).

No debate, a líder parlamentar do PS/Açores, Andreia Cardoso, condenou os “argumentos francamente demagógicos” do Governo Regional, que acusou de não ter a noção do “impacto financeiro” da medida.

A deputada do PSD/Açores Nídia Inácio alertou que seria “justo” alterar a idade de reforma porque, atualmente, os “açorianos são desfavorecidos no contexto nacional”.

Também Catarina Cabeceiras (CDS-PP) defendeu que o “princípio da igualdade não está a ser cumprido quando neste momento os açorianos usufruem de menos tempo de reforma”, tal como o monárquico Paulo Margato, que elogiou a “coragem” da iniciativa.

O deputado José Paulo Sousa, do Chega, considerou a redução da idade de reforma dos açorianos como de “elementar justiça”, enquanto Nuno Barata (IL) criticou a iniciativa que “condena a autonomia”, responsabilizando os sucessivos governos regionais pelo facto de a esperança média de vida ser inferior à nacional.

Por sua vez, o líder do BE/Açores, António Lima, sublinhou que a fixação da reforma aos 65 anos, independentemente da esperança média de vida, é uma “questão de princípio” para o partido.

RL/GRA/CDS-PP/PSD/GPPS

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