Os Presidentes regional e nacional do CDS-PP, Artur Lima e Assunção Cristas, respetivamente, criticaram, esta quarta-feira, as posturas dos Governos socialistas da Região e da República por serem e estarem “pouco atuantes” para fazer face à grave crise que ultrapassa o setor agrícola na Região e no País.
À saída de uma reunião com Jorge Rita, Presidente da Federação Agrícola dos Açores, na ilha de São Miguel, os Líderes populares lançaram criticas aos secretário regional e ministro da Agricultura e apontaram a diversificação agrícola como fundamental para inverter a crise instalada, nomeadamente na fileira do leite.
Artur Lima, que procedeu a um balanço das XI Jornadas Parlamentares do CDS-PP Açores, dedicadas precisamente à economia regional, não tem dúvidas: “o PS/Açores chegou ao poder e desenvolve “políticas erradas há 20 anos na Região”, assistindo-se, atualmente, nos setores produtivos, à “inatividade e grandes dificuldades” devido à “ausência de uma estratégia”.
O Líder Parlamentar popular lamentou a inexistência de uma “rede eficaz” dos transportes marítimos e aéreos de carga inter-ilhas, bem com a ausência de medidas “para dinamizar a criação de um verdadeiro mercado interno açoriano”, para que “os habitantes de todas as ilhas consumam produtos regionais”.
O dirigente centrista declarou ainda que a Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores (uma empresa de capitais públicos) “nada tem feito para captar o investimento externo para o arquipélago”, preconizando a necessidade de se apostar “em produtos de qualidade e não de quantidade”.
“São vinte anos de socialismo que terminam com a falência dos setores das pescas e da agricultura, do mercado interno e do sistema de carga aérea e marítima que não dá resposta às necessidades dos pescadores e produtores”, referiu Artur Lima.
Já Assunção Cristas afirmou que o País não tem um Ministro da Agricultura “atuante” junto dos agricultores e a procurar alternativas para o escoamento do leite e produtos da suinicultura nos mercados internacionais: “Ainda não o vi, por exemplo, levantar-se da sua cadeira para abrir mercados internacionais e procurar, seja para o setor do leite, seja para a suinicultura, alternativas para os produtores nacionais”, declarou no final de uma visita de dois dias à ilha de São Miguel, integrada nas jornadas parlamentares do CDS-PP regional.
A nova Líder democrata-cristã, que visitou uma fábrica de licores e uma unidade que transforma produtos de salsicharia, no concelho da Ribeira Grande, afirmou, no final do encontro com o Presidente da Federação Agrícola dos Açores que o trabalho que é preciso fazer pelo futuro da agricultura é “intenso, de formiguinha, de grande valor político e técnico”, necessitando de “gente ágil que saia da sua cadeira e que vá com os produtores, industriais e empresários pelo mundo fora” para abrir mercados.
Assunção Cristas, que foi Ministra da Agricultura no anterior Governo, disse que o PS “tem um mau histórico” no capítulo das quotas leiteiras, recordando que o CDS “sempre se bateu” pela manutenção deste sistema, que terminou a 01 de abril de 2015, “especialmente por causa dos Açores”.
A responsável pelo CDS-PP considerou também “inaceitável a passividade” do Governo dos Açores na crise do leite, acrescentando que este “deveria ter dado ouvidos à produção há mais tempo e não fugir da questão”, aproveitando a proximidade política ao executivo nacional para o pressionar a encontrar alternativas para o escoamento dos produtos.
“Houve uma ideia que ouvi aqui que compete ao Governo pôr em prática e que passa por encontrar mercados onde possa haver uma troca direta de leite e lacticínios por outros produtos que sejam para nós relevantes. O exemplo dado pela Associação Agrícola de São Miguel foi o de Angola”, afirmou.
A Presidente centrista declarou, por outro lado, que o setor do leite, que nos Açores tem “produtos de excelência”, só pode sobreviver através da valorização e diferenciação, a par de novos mercados.
GI CDS-PP Açores/RL Açores