
No mais antigo Arraial da Vila das Velas, a tradição ainda parece ser o que era. Os Imperadores do Arraial do Canto deram as chamadas esmolas no sábado ao final da tarde.
Composta por um pão caseiro, uma posta de carne e uma garrafa de vinho tinto, os imperadores entregaram 160 esmolas a pessoas convidadas a receber aquela doação.
Um ato que adveio de uma promessa do Imperador da festa, como conta Manuela Borges, também ela imperadora.
Ao som da filarmónica, que tocava o hino do Espírito Santo, o padre da Vila benzeu as esmolas e os imperadores foram pondo em sacos trazidos pelas pessoas, como é já hábito.
Apesar da grande afluência na hora das esmolas e da presença de muitos jovens, Manuela Borges considera que cada vez menos a juventude se chega para estas tradições.
Uma opinião contrariada por Elvira Borges que já vive esta tradição do Espírito Santo há mais de 50 anos.
Tanto este Império do Canto como a Coroa do Espírito Santo que é guardada dentro do Império já têm muitos anos.
A Coroa data de 1927, já o Império foi construído em 1877.
Símbolos de devoção ao Divino Espírito Santo que pertencem ao Arraial do Canto e que perduram durante os séculos até aos dias de hoje.
Na Vila das Velas existem mais três Impérios que têm as suas festividades em honra da Santíssima Trindade e do Divino Espírito Santo cujos arraiais se realizam nos três próximos fins-de-semana.
Liliana Andrade/RL Açores