
O PSD/Açores considerou hoje que o anúncio do aumento do capital social da SATA é um “mero truque contabilístico” para “disfarçar a situação financeira em que o governo regional colocou” a companhia aérea açoriana.
“Estamos perante um mero truque contabilístico do governo regional para disfarçar a grave situação financeira em que colocou a SATA. No papel as contas da empresa passam a ter mais 21 milhões de euros. Na prática os cofres da SATA só vão ter a totalidade desse dinheiro ao fim de seis anos”, afirmou António Vasco Viveiros, porta-voz do partido para as áreas de economia e finanças.
O social-democrata salientou que a intenção do governo regional “não passa de uma operação de cosmética”, dado que o anúncio de reforço do capital social da SATA “limita-se a ser um eventual registo contabilístico, cujo reforço da situação financeira da empresa só vai estar concluído no ano de 2022”.
“Esta situação deveria ter sido resolvida há muito anos, como recomendou o Tribunal de Contas. O governo regional ignorou sempre essas recomendações e com isso fragilizou a SATA, fez aumentar a sua dívida e contribuiu também para a situação de falência técnica da empresa”, disse.
António Vasco Viveiros lembrou que a situação financeira da SATA se “agravou perigosamente” nos últimos anos devido à “ingerência” do governo regional na gestão da empresa, o que obrigou a companhia aérea a “pedir dinheiro emprestado para pagar salários”.
“Em 2008, a SATA tinha uma dívida de 115 milhões, mas em 2015 atingiu 247 milhões de euros. Além disso, neste período a empresa passou de uma situação em que tinha capitais próprios positivos de 30 milhões para uma situação de falência técnica, com capitais próprio negativos no valor de 78 milhões de euros”, frisou.
O porta-voz do PSD/Açores lamentou ainda que o governo regional esteja a “fazer propaganda política e a confundir os açorianos”, visto que o executivo “se limita apenas a devolver à SATA a verba espoliada em 2010 quando decidiu reduzir o capital social da empresa em 21 milhões”.
“Aquilo que o governo regional retirou em 2010 à SATA só vai acabar de devolver na totalidade em 2022. Só doze anos depois, entre outros males que causou à empresa”, afirmou.
O social-democrata desafiou ainda o governo regional “a devolver de uma só vez a totalidade do montante que retirou à SATA”, em vez de o fazer de forma faseada nos próximos seis anos.
António Vasco Viveiros acrescentou que o PSD/Açores “estará sempre ao lado da SATA e dos seus trabalhadores, defendendo uma empresa que é estratégica para a Região e denunciando as más políticas do governo regional em relação à companhia”.
GI PSD Açores/RL Açores
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