Parlamento regional aprova estudo para avaliação dos manuais digitais nos Açores

A Assembleia Legislativa dos Açores aprovou, por maioria, uma proposta da bancada do PS que recomenda ao Governo a realização de um estudo de avaliação do processo de implementação dos manuais digitais nas escolas da região .

A iniciativa socialista propõe que a Secretaria Regional da Educação apresente, num prazo de nove meses, os resultados de um estudo sobre o impacto da aplicação desta medida, que foi introduzida, como experiência-piloto, no ano letivo de 2021/2022, em apenas duas turmas do 6.º e 9.º anos de escolaridade.

A titular da pasta da Educação no arquipélago, Sofia Ribeiro, explicou em plenário que o Governo Regional está a ultimar o caderno de encargos para lançar a concurso a realização de uma avaliação externa aos manuais digitais, mas que só ficará concluída no próximo ano letivo.

Délia Melo, deputada da bancada do PSD, explicou aos deputados que o estudo que o Governo de direita está agora a preparar é “mais completo” e “mais abrangente” e, como tal, deverá demorar mais tempo a conhecerem-se os seus resultados.

Opinião semelhante manifestaram também os deputados Catarina Cabeceiras (CDS), Hélia Cardoso (CH) e João Mendonça (PPM), que entendem que, para se fazer uma avaliação “bem feita”, o prazo de nove meses, proposto pelo PS, “é curto”.

Durante a discussão da proposta socialista, Nuno Barata, deputado da Iniciativa Liberal, levantou muitas dúvidas sobre a utilidade dos manuais digitais nas escolas dos Açores, lembrando que os resultados alcançados pelos alunos do ensino secundário, onde não há ainda manuais digitais, revelam que, afinal, o papel ainda é uma boa ferramenta de estudo.

Já António Lima, do Bloco de Esquerda, manifestou preocupação com o futuro dos manuais digitais, que foram adquiridos com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência, (PRR), mas cuja substituição, não está ainda assegurada.

A proposta do PS foi aprovada por todos os partidos com assento parlamentar, à exceção dos deputados das três formas políticas que formam o executivo açoriano (PSD, CDS-PP e PPM), que se abstiveram.