PS transforma a Terceira numa ilha da coesão, denuncia Artur Lima

O Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP Açores, Artur Lima, denunciou, esta terça-feira, que o Plano de Revitalização Económica da Ilha Terceira apresentado pelo Governo socialista, para tentar mitigar os impactos da redução militar e civil na Base das Lajes, “declara que a Terceira passa a ser uma ilha da Coesão” e assume que “a Autonomia se tornou moribunda e está em sério risco de se finar definitivamente”.

Numa Declaração Política que marcou o arranque dos trabalhos do Parlamento Açoriano este mês de Fevereiro, Artur Lima lembrou o contributo da Terceira para a construção da Autonomia, criticando, por isso, as declarações de bairrismo que têm surgido, e apontou que quando um plano de revitalização do Governo suscita tantas divisões entre as ilhas é porque o modelo de desenvolvimento autonómico falhou.

“O CDS-PP reconhece a rapidez com que o Governo Regional apresentou um Plano de Revitalização Económica da ilha Terceira (PREIT)… Mas, como se sabe, a pressa é inimiga da perfeição”, disse o Líder Parlamentar popular criticando que “perante um problema que há anos se arrasta as soluções preconizadas pelo Governo são, sobretudo, com o dinheiro dos outros e as medidas de sua lavra limitam-se a reduzir e incluir a Terceira no grupo das chamadas ilhas da coesão”.

Segundo os democratas-cristãos com o PREIT, “mais uma vez, ficamos dependentes da boa vontade de outros para podermos aplicar este plano de mitigação dos impactos da decisão americana, porque ao longo dos anos não conseguimos (ou não quisemos) negociar devidamente os nossos direitos. O PREIT é assim uma espécie de álibi perfeito para os socialistas que, em desespero, por causa dos graves problemas sociais, económicos e ambientais com que ficarão confrontados, tentam justificar a falta de investimento público na ilha”.

Artur Lima vai mais longe e concluiu que “o PREIT é o triste resultado das políticas da Troika socialista – um Governo Regional socialista; uma Câmara Municipal de Angra socialista e uma Câmara Municipal da Praia socialista” que transformaram “a Terceira no paradigma da governação socialista”: “E se todos pensávamos que pior não podia ficar, então espantemo-nos: quando o PREIT declara que a Terceira passa a ser uma ilha da Coesão, quase todas as outras ilhas, inclusivamente São Miguel e o Faial, vêm berrar, quase que de mão estendida, clamando por medidas semelhantes para revitalizar as suas economias… está tudo dito”.

Para o CDS-PP “este plano de emergência para a ilha Terceira não dará certo, porque as medidas nele preconizadas são em tudo semelhantes às políticas de coesão que não resolveram nenhuns dos problemas estruturais das ilhas ditas economicamente mais frágeis. Pelo contrário, aperfeiçoou-se um modelo de desenvolvimento assente na subsidiação das precariedades, na majoração das dificuldades e na bonificação dos votos socialistas”.

Os populares alegam ainda que “se o Governo socialista tivesse cumprido com todas as suas promessas, hoje, muito provavelmente, a ilha Terceira estaria mais robusta para resistir a este embate na sua economia”, só que “infelizmente, a ilha tem sido vítima da incompetência e do gozo das governações socialistas” (referindo-se ao recente anuncio da criação de um pólo do centro de radioterapia na ilha).

Para Artur Lima existe ainda um outro grave problema conjuntural que justifica a visão centrista de que o PREIT não resolve: “o grande problema é que a economia da ilha Terceira não precisa ser revitalizada; precisa antes de ressuscitar, porque está morta!”.

Como grande conclusão deste debate ressalve-se a preocupação pelo falhanço do modelo autonómico: “Como já venho alertando, pelo menos desde 2011, a Autonomia precisa ser refundada! Apostou-se em alimentar uma potente locomotiva que arrastaria consigo muitas carruagens. Mas agora vão-se desprendendo as carruagens porque a locomotiva já não consegue mover-se só a si. Foi com este modelo de desenvolvimento que a Autonomia se tornou moribunda e está em sério risco de se finar definitivamente”, lamentou Artur Lima.

“Chegamos a um ponto, em que certamente por vergonha, o Governo deixou de falar nas ilhas da coesão, porque já só falta incluir neste rol uma das nove ilhas… ou melhor, um único Concelho – o que vive à conta dos outros Concelhos da sua própria ilha e da Região… Já só falta este para passarmos a ser o Arquipélago da Coesão. Autonomia não é berrar com Lisboa porque não nos dão autonomia; Autonomia não é depender de uma lei de rendimento mínimo de Lisboa (Lei das Finanças Regionais); Autonomia é tratar todas as ilhas e todos os Açorianos por igual; Autonomia é dar a cada ilha a possibilidade de se desenvolver e de contribuir para o desenvolvimento do todo regional”, finalizou o Líder Parlamentar do CDS-PP.

GI CDS-PP Açores/RL Açores