Reminiscências Velenses do Século XIX será tema de um teatro de rua dirigido por Andreia Melo

Em dia Mundial do Teatro Andreia Melo, jovem formada na área e natural da ilha de São Jorge, que tem levado a cabo vários projetos através do trabalho que está a desenvolver na Santa Casa da Misericórdia das Velas, falou à RL Açores sobre o mais recente projeto que tem em mãos.

Uma peça de teatro diferente que será apresentada no dia 23 de Abril, Dia de São Jorge, e que resulta de uma parceria entre a Misericórdia e o Município Velense. Um género de teatro diferente daquele a que os jorgenses estão habituados. Um teatro de rua onde os cenários são mesmo as próprias ruas da vila, como conta Andreia Melo.

“A peça que aí vem é um género de teatro diferente, é teatro de rua e não teatro na rua, ou seja, não há um palco, a Rua Direita transformou-se num imenso palco e as diversas cenas vão acontecer no meio do público”, explicou a encenadora e também atriz.

Andreia Melo explicou que a peça utiliza como recursos “não um cenário artificial, mas um cenário que é a própria rua, o que já existe”.

Uma peça que conta com cerca de 80 pessoas envolvidas e que tem por base uma compilação de artigos de jornal da autoria de João Duarte de Sousa e intitulado “Reminiscências Velenses na Vila das Velas do século XIX”.

O texto foi adaptado por Andreia Melo, sendo que os artigos em causa eram relatos das mais variadas situações que aconteciam na Vila naquela época.

“Esses artigos eram relatos de situações de todo o tipo que aconteciam nas Velas”, frisou a jovem. Situações “a nível a sociedade, comportamentos sociais, como é que eram as festas, por exemplo, a nível político, os partidos, as eleições da altura”, estando também presente “a parte da mística, aquilo que as pessoas acreditavam”, entre muitos outros hábitos alusivos àquela época.

Em pleno Dia Mundial do teatro, Andreia Melo lamentou ainda que não se faça mais teatro em São Jorge, explicando que para além de atriz e encenadora também é espetadora e tem saudades de ver teatro na sua ilha.

Liliana Andrade/RL Açores