
A Secretária Regional da Saúde determinou a abertura de um processo de inquérito relativo à assistência prestada a um utente da Unidade de Saúde da Ilha de São Jorge, no passado dia 21 de abril.
O inquérito deverá averiguar se foram adotados os procedimentos adequados para a evacuação aérea urgente para o Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira.
O utente deu entrada na Unidade de Saúde da Ilha de São Jorge com apresentação de condição clínica que permitia, de acordo com a informação disponibilizada pelo médico assistente, aguardar transferência através de voo comercial.
A situação clínica do utente alterou-se repentinamente, tendo este acabado por falecer.
A instrução do processo de inquérito será realizada pela Inspeção Regional da Saúde.
Esta decisão surge na sequência de uma notícia avançada pela Antena 1 Açores esta segunda-feira. A notícia em causa dava conta precisamente de que um homem de 66 anos, doente oncológico e com dificuldades respiratórias, deu entrada no Centro de Saúde das Velas no passado dia 19 de abril, onde fez análises e outros exames complementares, acabando por falecer sem ter oportunidade de ser transferido para o Hospital da Terceira como estava previsto.
A notícia em causa avança que, no Centro de Saúde das Velas, o homem recebeu indicação da necessidade de ter que ser transferido para o Hospital da Ilha Terceira. No entanto, devido à pandemia do COVID-19, o doente teve que se deslocar ao Centro de Saúde da Calheta para fazer teste de despiste à COVID-19. A transferência para o Hospital de Santo Espírito estava marcada para o dia 22, mas o doente acabou por falecer às 23h do dia anterior.
A Antena 1 Açores avança que fontes próximas ao doente alegam que houve atraso na transferência, mas a Unidade de Saúde de Ilha de São Jorge rejeitou estas críticas, com César Gonçalves, vogal médico do conselho de administração a adiantar que “como o doente estava estável não havia assim grande urgência em transferir o doente de imediato”. Contudo, o médico jorgense adiantou que entretanto a situação clinica agravou-se e o doente “teve uma paragem cardíaca”.
À Antena 1 Açores, César Gonçalves explicou ainda que o doente “tinha dado entrada no Centro de Saúde de Velas”, mas havendo a necessidade de fazer o teste de despiste, “o doente veio para a Calheta, onde havia condições para ele ficar mais isolado”, explicando ainda que “o doente não foi evacuado para a Terceira”, frisando que “nunca se pôs essa hipótese”, afirmando que “estava clinicamente estável, estava a fazer oxigénio, tal como já fazia no domicilio”, segundo crê César Gonçalves que adiantou ainda que o doente em causa “estava para ser transferido no dia 22”.
GaCS/Antena 1 Açores/RL Açores
Fotografia: ©Mark Marques|Info-Fajãs