Sete sacerdotes celebram bodas de prata, de ouro e de diamante na diocese de Angra

Sete sacerdotes celebram bodas de prata, de ouro e de diamante na diocese de AngraEntre os sacerdotes mais velhos e os mais novos que completam este ano os 25, os 50 e os 60 anos de ordenação sacerdotal, há um sentimento transversal à cerca do seu sacerdócio: mesmo não “sendo um mar de rosas, valeu e vale a pena”.

Os padres Ricardo Tavares, António Azevedo e Francisco Zanon completam 25 anos de vida sacerdotal; o cónego Francisco Dolores 50 e os padres Abílio Morais, António Rego e Pedro lima Mendonça, 60 anos.

Padre António Azevedo: “Não é um mar de rosas, mas vale a pena”

O Padre António Duarte Azevedo é o mais novo dos sacerdotes em festa jubilar este ano. Nasceu em 1971 e cumpre 25 anos de ordenação. Natural de São Jorge, sempre serviu na ilha desde a primeira colocação que o levou até à Escola das Velas, onde lecciona Educação Moral e religiosa Católica, desde que foi ordenado.

“É como uma paróquia”, com uma nuance “através dos filhos chego aos pais o que é bom” refere porque hoje “já ninguém procura o padre a não ser quando é preciso”.

“Se não estivesse na escola, se calhar era mais difícil conhecer tanta gente; o esforço ainda teria de ser maior” diz o sacerdote.

“A escola tira-nos muito tempo mas dá-nos muito, tem sido um consolo” esclarece o padre António Azevedo, que no próximo dia 26 estará na Sé para abraçar dois colegas de curso que esperaram um ano para serem ordenados.

“Vai ser um abraço muito apertado e que, espero, seja muito sentido. Os meus colegas- os padres Teodoro Medeiros e Adriano Borges- fizeram parte da minha formação humana; com os colegas aprendemos quase tudo. Vejo sempre em cada padre um amigo”, diz.

E, quando se olha para trás?

“Continuo a viver e a acreditar nos mesmos ideais de há 25 anos, ainda não tive tempo de pensar o contrário, ou seja, continuo com as mesmas ideias: aquele que amar pai ou mãe mais do que a mim não é digno de mim… Continuo a fazer disso um lema e continuo a sentir as borboletas da paixão por Jesus e pela Igreja” confessa, mesmo que “a vida e a Igreja tenham mudado” e as “incompreensões e a solidão” possam fazer-se sentir.

“Acredito na missão que me foi confiada: como parte deste rebanho em São Jorge apascentar as ovelhas, procurando indicar às pessoas o Céu e tentando melhorar a vida delas”.

“A Igreja que sonhava enquanto adolescente não é a mesma Igreja hoje. Tive dificuldades, senti a solidão, a incompreensão, mas estou numa ilha de gente boa, com boa prática religiosa e isso anima-me”.

“Não é um mar de rosas, mas vale a pena. Nada na vida é um mar de rosas, procuro caminhar com todos” conclui.

O padre António Duarte Azevedo foi ordenado a 20 de junho de 1999 e é pároco das Velas, na ilha de São Jorge, de onde é natural.

RL/IA