
A Secretaria Regional do Mar criou um período de interdição para a pesca do goraz que já está em vigor desde o dia 15 de julho e que vai durar até 31 deste mês, uma medida que contou com o parecer favorável da Associação de Pescadores da Ilha de São Jorge (APISJ), de acordo com António Laureno.
Em entrevista à RL Açores, o presidente da Associação de Pescadores, considerou que não havia outra opção tendo em conta a quota já capturada até esta altura do ano.
Sendo que no mês de junho foi capturado “quase o dobro” de goraz em comparação ao mês de junho de 2014, “estávamos, de facto, sem saber como é que íamos dar a volta à situação”, frisou António Laureno.
O presidente da Associação de Pescadores manifestou ainda a sua satisfação quanto ao facto de a região ir receber este ano mais 101 toneladas da quota do goraz, que está relacionada com a quota não utilizada no ano passado, algo que na opinião de Laureno era expxtável.
No que diz respeito “às outras 101 toneladas que apareceram, era de esperar que aparecessem, porque a quota do ano passado não foi preenchida e as leis comunitárias dizem que se pode requerer a quota que não foi preenchida de um ano para o outro”.
Contudo, o presidente da Associação de Pescadores lamenta o facto de que para o ano isto possa não acontecer, uma vez que acredita que este ano a quota disponível vai acabar por se esgotar.
Quanto à quota já imposta para 2016, de 508 toneladas, António Laureno manifestou a sua preocupação.
“É lógico que vai ser muito complicado gerir 10 toneladas por 40 barcos, visto que isso nem sequer chega a 500kg por embarcação”, realçou o presidente da Associação, acrescentando que “se houver alternativas, se houver lula”, por exemplo, “aí tudo bem, as coisas vão-se ajeitar, mas se, de facto, o ano de 2016 for como 2015 e se não houver lula, nem houver nada”, as dificuldades vão ser inúmeras e não serão fáceis de resolver na opinião de António Laureno.
No que diz respeito às quotas por ilha, a Associação de Pescadores de São Jorge é da opinião que se faça a redistribuição por ilha, baseada na quota que foi feita por cada uma.
Uma redistribuição que, segundo António Laureno, deve ser feita pelo ano de 2006, ano em que foram instaladas as quotas, sendo que aí “cada um gere o que tem, da maneira que puder e souber”, como afirmou o presidente da Associação de Pescadores.
Atualmente a Associação de Pescadores da Ilha de São Jorge conta com uma médica de 38 embarcações e 150 pescadores no ativo.
LA/RL Açores