Autonomia trouxe desenvolvimento aos Açores, mas as políticas falharam na educação e na saúde, afirma Artur Lima   

O Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP Açores, Artur Lima, afirmou, este Domingo, que a Autonomia trouxe desenvolvimento económico e social aos Açores, mas que as políticas definidas pelos longos ciclos de governação do PSD e do PS falharam em áreas como educação e saúde, lamentando que as opções tenham sido por “uma Autonomia de cargos, em vez de uma Autonomia de resultados”.

No discurso que proferiu na sessão solene evocativa dos 40 anos da Autonomia política e administrativa da Região, Artur Lima socorreu-se de dados do Instituto Nacional de Estatística e da OCDE, para apontar falhas nas governações do PSD e do PS, nestes 40 anos de regime de auto-governo.

“Não tenho dúvidas em afirmar que a Autonomia foi um passo de gigante para o desenvolvimento muito necessário da nossa Região. Porém, chegados a este dia 4 de setembro de 2016, reconhecidas as mais valias da Autonomia, temos todos a obrigação de refletir sobre o regime autonómico 20/20! 20 anos de governação PSD e 20 anos de governação socialista! Tenho a certeza que todas a políticas e medidas tomadas foram bem intencionadas. Podem é não ter sido as mais adequadas e, em alguns casos, foram até erradas”, afirmou.

O Líder Parlamentar do CDS-PP enumerou primeiro os dados constantes do Índice Sintético de Desenvolvimento Regional do INE (que procura refletir o grau de acesso da população a equipamentos e serviços coletivos básicos de qualidade, bem como os perfis conducentes a uma maior inclusão social e a eficácia de políticas públicas traduzida na qualidade de vida e na redução das disparidades territoriais), para registar que “os Açores ocupem o ÚLTIMO lugar nos resultados publicados”.

“Infelizmente, tem vindo a ser assim ao longo dos últimos anos. Mas deixemos o INE e vamos a outra entidade igualmente credível: a OCDE e ao seu estudo Regional Well-Being. Selecionei apenas 3 indicadores, sendo que 2 deles, educação e saúde, estão regionalizados, ou seja, dependem apenas das nossas escolhas e das nossas opções políticas. Na educação, os Açores recebem apenas 0.1 em 10 pontos possíveis, sendo, por isso, a pior classificada das regiões portuguesas. Na saúde, os Açores alcançam apenas 1 ponto em 10 possíveis, repetindo o pior resultado entre as regiões portuguesas e pautando-se na cauda das regiões europeias. Relativamente ao outro indicador, a participação cívica, temos 0.0 pontos em 10 possíveis”, disse.

Perante os dados, Artur Lima não tem dúvidas: “ao fim de quatro décadas de Autonomia é tempo de nos questionarmos: porque falhamos, sobretudo, na educação e na saúde, as duas áreas que dependiam, única e exclusivamente, de nós?”, alegando que “talvez o rumo tivesse sido outro, se a dupla 20/20 em vez de pseudo-reformas da Autonomia, cujo o exemplo mais recente é a intenção de criação de mais cargos, como o de Presidente dos Açores ou os governos de ilha, tivesse tido políticas mais assertivas e mais eficazes”.

Para o Presidente dos populares açorianos “apostou-se e aposta-se numa Autonomia de cargos, em vez de uma Autonomia de resultados”.

GI GP CDS-PP Açores