O Secretário Regional da Educação e Cultura realçou hoje, na Horta, a “grandeza” da figura de Manuel Carlos George Nascimento, um Açoriano que se distinguiu no Chile no setor editorial e que, “por si só”, justifica que a Região lhe dedique um dos seus Roteiros Culturais.
Avelino Meneses falava na Assembleia Legislativa durante o debate de uma iniciativa parlamentar do PPM para a criação de um roteiro cultural dedicado a Manuel Carlos George do Nascimento, que foi aprovada por unanimidade.
Para Avelino Meneses, este roteiro cultural “não constituirá nem o primeiro nem o único referencial da vida e da atividade” deste ilustre corvino, salientando que a vida e obra de Carlos Nascimento, retratada no Roteiro Cultural sobre Raul Brandão, em publicação da autoria do catedrático João Saramago, também da ilha do Corvo, e, recentemente, num filme de Zeca Medeiros, será igualmente destacada através do aproveitamento da casa onde nasceu, no futuro Eco Museu do Corvo.
Na sua intervenção, o Secretário Regional considerou ainda que o facto de Manuel Carlos George Nascimento já ter sido, a título póstumo, agraciado pela Assembleia Legislativa com a Insígnia Autonómica de Mérito também indica que “não é um proscrito de todo injustiçado pelos que passaram”.
“É sim, e já, um conhecido de todos nós”, afirmou, acrescentando que, a partir de agora, “ficará ainda mais conhecido e justamente”.
Manuel Carlos George Nascimento, que nasceu no Corvo em 1885 e faleceu no Chile em 1966, dirigiu na capital chilena durante cerca de meio século uma livraria, que transformou numa editora que foi responsável pela publicação de mais de seis mil títulos, incluindo muitas reedições, e que acolheu, entre outros, dois autores distinguidos com o Prémio Nobel, nomeadamente Gabriela Mistral e Pablo Neruda.
A Região Autónoma dos Açores tem vindo, na sequência de uma resolução parlamentar de 2010, a publicar diversos Roteiros Culturais em formato desdobrável, em edição bilingue, sobre personalidades de diversas ilhas, nomeadamente Antero Quental, Vitorino Nemésio, Manuel de Arriaga, Dias de Melo, Francisco de Lacerda, Roberto Mesquita e Raul Brandão que, neste caso, não sendo açoriano é “autor de uma das melhores descrições do Corvo e das suas gentes”, inserta na obra ‘As Ilhas Desconhecidas’.
GaCS/RL Açores