O Bloco de Esquerda insiste na urgência da criação de um mecanismo de regulação da produção de leite por parte da União Europeia, mas considera também fundamental que a Região tome medidas imediatas para contrariar o estrangulamento do sector nos Açores. O primeiro passo é sentar produtores, distribuidores e industriais à mesma mesa, defendeu a coordenadora do BE/Açores, Lúcia Arruda, no âmbito de um jantar realizado ontem em Ponta Delgada com mais de vinte produtores de leite.
“Os produtores açorianos estão a perder dinheiro todos os dias quando entregam o leite nas cooperativas. Estamos a falar de milhares de postos de trabalho que estão em perigo”, salientou Lúcia Arruda, apontando a enorme discrepância entre o preço do litro de leite pago aos produtores, e o seu custo de produção, que é mais do dobro.
No jantar esteve também a deputada Zuraida Soares, que vai levar as preocupações, propostas e críticas apresentadas pelos produtores ao ministro da Agricultura já amanhã, numa reunião da Comissão de Economia do parlamento açoriano, em Lisboa.
Além disso, o BE já assumiu que irá levar propostas relacionadas com este assunto ao plenário da Assembleia Legislativa dos Açores que se realiza na próxima semana.
Aristides Silva, porta-voz do grupo de reflexão com quem o BE reuniu ontem ao jantar, em declarações aos jornalistas, manifestou uma posição que é partilhada pelo BE: “Quem decidiu acabar com as quotas leiteiras tem que as repor, porque falhou”.
O produtor lembra que, “no espaço de um ano, o preço do litro de leite desceu cerca de 10 cêntimos”, e assim “não se pode fazer vida”.
O Bloco de Esquerda quis ouvir “quem sente na pele estes problemas” e quer “dar voz” a estes produtores, salientou Lúcia Arruda.
GI BE Açores/RL Açores