O Secretário Regional da Agricultura e Ambiente revelou este domingo, na inauguração do Centro de Processamento de Resíduos do Faial, que a implementação do Plano Estratégico de Gestão de Resíduos (PEGRA), além de gerar um volume de negócios anual superior a 10 milhões de euros, cria mais de 150 novos postos de trabalho diretos nos Açores.
“A rede de Centros de Processamento de Resíduos (CPR) e os Ecoparques de São Miguel e Terceira empregarão, diretamente, mais de 150 trabalhadores, praticamente triplicando os atuais 53 trabalhadores”, afirmou Luís Neto Viveiros, salientando que o CPR do Faial “é mais um exemplo” de uma infraestrutura que permite “minimizar os impactes ambientais dos resíduos gerados na ilha e aproveitar o seu valor socioeconómico”.
O Centro de Processamento de Resíduos do Faial, que representou um investimento de cerca de 5,7 milhões de euros, está dotado de várias valências, nomeadamente um Ecocentro, onde são depositados seletivamente os resíduos recolhidos na ilha e triados os resíduos valorizáveis.
Dispõe ainda de um Centro de Valorização Orgânica por Compostagem, para a transformação dos resíduos orgânicos em composto, passando a constituir um recurso ao serviço da agricultura, da lavoura e da jardinagem, reduzindo assim a necessidade de importação de composto e de fertilizantes.
Uma Estação de Transferência vai permitir o encaminhamento dos resíduos não recicláveis para o destino final adequado, seja a valorização energética ou a eliminação.
“Foi ainda transferida para esta unidade a linha de triagem de recicláveis da Câmara Municipal da Horta, evitando uma duplicação de investimentos”, frisou o Secretário Regional, registando “com agrado” o facto de a autarquia “assumir a exploração deste centro”.
Nesta cerimónia também foi assinado o protocolo com a Câmara Municipal da Horta, tendo Luís Neto Viveiros salientado que vigorará “pelo período correspondente ao prazo de validade da sua atual licença para a operação da central de triagem”, acrescentando que a autarquia não recebe “qualquer contrapartida financeira” e assume “obrigações idênticas às constantes dos contratos e cadernos de encargos das demais concessões”.
Para recuperar o valor dos resíduos, foram executados ou estão em curso, por todas as ilhas, investimentos que dotam os Açores de soluções tecnológicas eficazes e adequadas, nomeadamente de triagem com vista à reciclagem, de valorização por compostagem e de eliminação, por via da valorização energética.
O Governo dos Açores promoveu a conceção e construção de infraestruturas de gestão de resíduos nas sete ilhas menos populosas, num investimento global de cerca de 40 milhões de euros.
Para o titular da pasta do Ambiente, “ao promovermos a gestão adequada dos resíduos, apostando fortemente na recuperação do seu valor, estamos também a contribuir para as metas europeias de valorização”.
“Este é, aliás, o caminho que fará com que, em 2020, os Açores preparem para a reutilização e reciclagem, pelo menos, 50% dos resíduos urbanos, incluindo papel, cartão, plástico, vidro, metal, madeira e resíduos biodegradáveis”, frisou Luís Neto Viveiros, acrescentando, a título de exemplo, que os Centros de Processamentos de Resíduos das Flores e da Graciosa já encaminham para valorização “mais de 85% dos resíduos urbanos recebidos”.
GaCS/RL Açores