Comandante português da Base das Lajes olha para a Terceira como se fosse uma ex-colónia, afirma Artur Lima

 

O Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP Açores, Artur Lima, criticou, esta terça-feira, o Comandante da Força Aérea Portuguesa na Base das Lajes pelos impedimentos e bloqueios, “quase diários”, à operação civil das companhias aéreas que querem operar, de forma regular ou por via de escalas técnicas, no Aeroporto das Lajes, lamentando que o Governo Regional olhe para tudo isso pacificamente.

Numa sessão de perguntas ao Governo Regional sobre os constrangimentos à operação civil nas Lajes, agendado pelo CDS-PP, Artur Lima afirmou que “o Comandante português da Base das Lajes olha para a Terceira como se estivesse numa ex-colónia”, enumerando inúmeras situações de dificuldades criadas não só no âmbito da aviação civil e comercial, como até aos bloqueios impostos “a jovens casais que querem construir casa nas Fontinhas, a mais de quatro quilómetros da base, cuja obra está embargada por causa de uma pista já desativada”.

Para os populares açorianos “a falta de bom senso” do atual Comandante da Base “impedirá qualquer resolução dos problemas por via da assinatura de um protocolo entre o Governo Regional, a Força Aérea Portuguesa e o Governo da República para a agilização do uso civil das Lajes”, considerando Artur Lima que aquilo que o Governo Regional tem que fazer “é pedir ao Sr. Ministro socialista da Defesa que demita um comandante militar que julga que está numa ex-colónia”.

O CDS-PP alertou que o Aeroporto das Lajes “é uma infraestrutura triplamente militar, porque é uma base militar portuguesa, uma base militar americana e uma base NATO”, desafiando o Governo Regional a encontrar uma alternativa para colocar fim às dificuldades impostas à operação das companhias aéreas, nomeadamente questionando se o PS/Açores “equaciona a possibilidade de investir num aeroporto civil na ilha Terceira”. O Governo Regional respondeu que não está em cima da mesa a construção de um novo aeroporto na ilha, como forma de facilitar a operação civil e comercial na Terceira, sugerindo fazer com a República um protocolo semelhante ao que foi feito para a utilização mista da Base Aérea de Beja, no Continente Português.

A hipotética defesa de construção de um aeroporto civil na ilha Terceira prende-se, segundo Artur Lima, pelos bloqueios constantes que a vertente militar da base impõe às companhias aéreas e não só, frisando o Líder Parlamentar democrata-cristão as dificuldades que a Região diz sentir por parte da Força Aérea para conseguir avançar com obras fundamentais como a construção de um novo Terminal de Cargas e o aumento da Placa Civil da Aerogare das Lajes.

Aliás, sobre estes dois investimentos Artur Lima criticou “a postura eleiçoeira” dos Governos socialistas que “desde 1998 já inscreveram em sucessivos Planos de Investimento da Região mais de 6,5 milhões de euros de verbas para construir o Terminal de Cargas e o mesmo nunca foi feito, bem como pelas promessas não cumpridas e pelo estudo prévio adjudicado, em 2007, à ANA – Aeroportos de Portugal –, que foi concluído em meados de 2008, visando o aumento da placa civil das Lajes e que nunca chegou a avançar”.

Nesta sessão de perguntas ao Governo, o CDS-PP anunciou ainda que vai apresentar uma iniciativa no sentido de recomendar ao Governo que reforce a operação de voos charter para a ilha Terceira ao longo de todo o ano, dando destaque ao prolongamento das operações charter atualmente em vigor ao período do Verão IATA do corrente ano”.

Artur Lima interpelou também o executivo socialista sobre o reforço da operação Terceira-Porto, efetuada pela SATA Internacional, no sentido de saber se a mesma terá uma segunda rotação durante o Verão, e criticou o facto da SATA Air Açores estar a utilizar os aviões mais pequenos da sua frota (os DASH Q 200) nas rotas de maior procura nas ligações inter-ilhas, o que faz com que “os passageiros se inquietem para conseguir um lugar nas ligações entre São Miguel e Terceira e vice-versa”.

GI CDS-PP Açores/RL Açores