O cabeça de lista da Coligação CDS-PP/PPM “Aliança Açores”, Félix Rodrigues, defendeu, esta segunda-feira, que para assegurar “a estabilidade futura das finanças públicas” é necessário que, no âmbito de uma futura revisão da Constituição da República Portuguesa, “seja consagrado um limite à expansão da dívida pública” portuguesa.
Félix Rodrigues entende que “é essencial” que o País mantenha “uma dinâmica de crescimento estabilizado” e que “se continue a reforçar a confiança” que os investidores externos têm em Portugal, considerando, por isso, que “precisamos de uma estratégia que vise a redução dos níveis de dívida, tanto pública como privada, de modo a repor gradualmente o poder de compra dos portugueses”. O cabeça de lista da “Aliança Açores” salienta ainda que “os investimentos públicos devem ser feitos em obras de pequena e média dimensão e não em megaprojetos ou obras que não tenham, no curto e médio prazo, retorno económico”.
Dando como exemplos recentes o que sucedeu a Portugal ou o que está a suceder na Grécia, o candidato da coligação CDS-PP/PPM pelos Açores às próximas eleições Legislativas de 4 de Outubro, destaca “a especulação dos bancos com as dívidas públicas”, as dificuldades que “as empresas de rating colocam às economias mais frágeis prejudicando-as grandemente” e lamenta o facto de “neste mundo contemporâneo o dinheiro ser, muitas vezes, mais importante que as pessoas”, colocando em causa o “respeito pelas gerações vindouras”.
“Os países e os políticos, não só decidem para as sociedades que os elegeram, como também para aquelas que hão-de vir e que ainda não têm voto na matéria. Isso não é só um problema político, é também um problema civilizacional que se poderia resumir no provérbio popular ‘Quem vem atrás que feche a porta’. É sabido que a Grécia não vai pagar a dívida, mas também é claro que as pessoas que têm as suas economias, às vezes parcas, como é o caso dos portugueses, que também têm dívida e querem cobrar o que emprestaram à Grécia, querem pelo menos algum do seu dinheiro de volta”, afirmou.
Assim, frisa, “impõem-se nesta Europa onde nos inserimos, revisões constitucionais que limitem o endividamento público, para dar a volta à questão da impossibilidade de pagamento das dívidas soberanas. Só deixará de haver pressão internacional sobre a Grécia ou até mesmo sobre Portugal, quando os credores se fartarem de negociar e exigir, ou então, se esqueçam por completo que alguém lhe deve alguma coisa.
Félix Rodrigues lembra que “foram os socialistas que conduziram o País ao descalabro financeiro” e acentua “as dificuldades a que os Portugueses foram sujeitos” nos últimos anos, registando que o problema das dívidas públicas são “complexos”, nomeadamente porque existem “muitas dificuldades em encontrar uma solução socialmente justa e politicamente ética, num mundo globalizado e com valores morais díspares”.
GI CDS-PP Açores/RL Açores