Estudo da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo revela que São Jorge é dos sítios do país com maior incidência de casos de cancro de pele – César Gonçalves, da USI S.Jorge, diz que estudo não é alarmante (c/áudio)

São Jorge é dos sítios do país com mais cancros de pele, a notícia foi avançada esta quarta-feira, pela RTP 1, com base num estudo divulgado pela Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo.

Todos os dias são diagnosticados três novos melanomas em Portugal. A Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo alerta para os comportamentos de risco, insistindo na prevenção.

Em janeiro deste ano e, pela primeira vez, foi feito um rastreio do Cancro da pele na ilha de São Jorge, onde se concluiu que a taxa de cancro da pele é das mais elevadas do país.

De acordo com Osvaldo Correia, Secretário-geral, da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo, em declarações à RTP 1, “350 pessoas foram observadas em São Jorge, mais de 50 foram operadas, mais de 100 foram sujeitas a criocirurgia”, considerando que “é um número elevado, que tem a ver, provavelmente, com condições não só locais, genéticas, de sol, como eventualmente de alguma menor assistência”, continuando a afirmar que “esta população deve e vai continuar a ser monitorizada”.

Ora, a Unidade de Saúde de Ilha de São Jorge já reagiu ao estudo divulgado pela Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo, considerando que os números não são alarmantes, mas sim uma chamada de atenção.

Para César Gonçalves, vogal médico do Conselho de Administração da Unidade de Saúde, a falta de médicos dermatologistas a deslocarem-se à ilha pode estar relacionado com o aumento de lesões da pele.

Para a Unidade de Saúde os números não são alarmantes, mas sim uma chamada de atenção.

César Gonçalves diz que não se pode falar em maior incidência na ilha de São Jorge apenas com base no rastreio efetuado, tendo em conta que São Jorge foi pioneiro na realização do rastreio do cancro da pele a nível regional.

O médico adianta ainda que das mais de 350 pessoas examinadas apenas 50 tinham lesões suspeitas, das quais onze se vieram a revelar cancro, sendo um deles melanoma, números que para César Gonçalves não foram tão elevados como o que se estava à espera antes do rastreio acontecer.

População reconhece riscos do sol, mas tende a descuidar-se

A população jorgense, no geral, diz não haver falta de informação, mas sim falta de cuidados na exposição ao sol e, por consequência, na prevenção das lesões.

Apesar dos ditos descuidos há sempre quem tenha os cuidados necessários.

Os jovens tendem a desleixar-se mais um pouco.

Recorde-se que foi em janeiro deste ano que se realizou o primeiro rastreio do cancro da pele na ilha de São Jorge onde mais de 300 pessoas foram examinadas.

Liliana Andrade/RL Açores