O festival de animação da ilha do Pico premeia duas obras, com produção portuguesa, e apresenta-as na nona edição do festival, a acontecer de 2 a 8 de dezembro na Biblioteca Auditório da Madalena.
“Nayola” de José Miguel Ribeiro é o filme destacado pelo festival AnimaPIX, e a obra escolhida pelo fundador e diretor artístico, Terry Costa, como melhor filme de língua portuguesa. Escrito por Virgílio Almeida, a partir do conto “A Caixa Preta” de José Eduardo Agualusa e Mia Couto, recebeu o Prémio Sophia 2024 por Melhor Argumento Adaptado. O filme, em português, tem produção de entidades de 5 países: Portugal, Angola, Bélgica, França e Holanda, e levou 8 anos para ser concluído. “É uma obra excecional, conseguida com muito amor à arte de animação e aos temas apresentados,” admite Terry Costa, “por isso apresentamos no nosso festival, esta quarta-feira, para audiências de jovens da ilha montanha.”
As vidas, os sonhos e os segredos de três mulheres, Lelena, a avó, Nayola, a filha, e Yara, a neta, cruzam-se em dois tempos narrativos, distanciados catorze anos. No passado, Nayola parte à procura do marido, desaparecido em combate na guerra civil angolana, e envolve-se numa busca errática, audaz e mágica. No presente, Yara é uma jovem rapper e activista dos direitos humanos, perseguida pela polícia nas ruas de Luanda, o que causa grande inquietação a Lelena. Uma noite, avó e neta sofrem uma dupla ameaça, primeiro um misterioso mascarado armado invade-lhes a casa, depois a polícia faz uma rusga no musseque para prender Yara. “A sensibilidade mágica do realizador apresenta uma alegoria humanista que esperamos consiga ter muito público pelo mundo,” adiciona o fundador do AnimaPIX.
RL/AnimaPix