O grupo parlamentar do PSD/Açores considerou esta segunda-feira que o governo regional “continua a estrangular a SATA”, dado que no final deste ano a dívida do executivo à companhia aérea vai rondar os 25 milhões de euros, apesar dos pagamentos entretanto efetuados.
“Mesmo que o governo regional pague à SATA, até ao final do ano, os 42 milhões previstos no Orçamento da Região, persistirá uma dívida, a 31 de dezembro de 2015, no valor de 25 milhões de euros”, afirmaram os deputados social-democratas, após os trabalhos da comissão de inquérito ao Grupo SATA.
Os parlamentares do PSD/Açores recordaram que, até 31 de outubro deste ano, o governo regional pagou apenas 24,3 milhões dos 42 milhões previstos no Orçamento da Região para 2015 e que a dívida à SATA no final de 2014 era de 45 milhões, “aos quais, até ao final deste ano, se somam as indemnizações compensatórias do transporte aéreo inter-ilhas, no valor de 22 milhões”.
“Regista-se que, pelo incumprimento crónico dos compromissos financeiros do governo regional para com a empresa pública, entre 2009 e 2013 a SATA suportou juros superiores a cinco milhões de euros e segundo o secretário regional dos Transportes este valor é agora de 1,8 milhões por ano”, frisaram.
Após a audição do secretário regional dos Transportes na comissão de inquérito, os deputados lembraram que o PSD/Açores “denunciou a insustentabilidade das dívidas do Grupo SATA aos seus fornecedores, cujo montante o secretário regional não soube precisar, pese embora tivesse informação precisa sobre os passageiros transportados pela companhia”.
Para esclarecer a questão das dívidas a fornecedores, o grupo parlamentar do PSD/Açores anunciou que irá solicitar a presença do secretário regional dos Transportes na comissão parlamentar de Economia.
Na comissão de inquérito, os parlamentares social-democratas questionaram ainda o secretário regional dos Transportes sobre “dois estudos, no valor de meio milhão de euros, que companhia mandou realizar e que não foram considerados, porque, segundo a atual administração, não se adequavam nem respondiam às necessidades da SATA, tendo encomendado novos estudos sobre os mesmos assuntos”.
Os deputados lembraram ainda que a “falta de rigor e contenção de despesa” na SATA “levou, em agosto de 2014, o administrador da área financeira a registar em ata que a companhia não tinha implementado um sistema de controlo financeiro de despesas correntes”.
GI PSD Açores/RL Açores
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