Miguel Costa decide levar deputados da oposição a tribunal, o que os leva a abandonar a Comissão de Economia

O deputado socialista Miguel Costa decidiu levar os deputados dos partidos da oposição a tribunal por alegadas calúnias e, por isso mesmo, PSD, CDS-PP, BE, PCP e PPM decidiram abandonar a Comissão de Economia.

Foi o líder do PSD Açores, Duarte Freitas, que falou em representação de todos os partidos da oposição, esta quarta-feira à tarde, à margem dos trabalhos parlamentares, lendo o comunicado conjunto, na presença dos deputados da oposição, isto depois da ameaça do deputado do PS.

“Os partidos da oposição informam que, a partir deste momento, por quebra total de confiança pessoal e institucional no deputado Miguel Costa, suspendem a sua participação na comissão parlamentar de Economia”, explicou Duarte Freitas.

A decisão surge na sequência de uma notícia avançada hoje pela Antena 1 Açores, que dá conta da intenção de Miguel Costa de apresentar uma queixa-crime contra os partidos da oposição, que o acusaram de cometer um “crime” de “abuso de poder” e de “mover influências” junto da Unidade de Saúde da Ilha do Pico (USIP).

De acordo com a notícia em causa, o parlamentar socialista considera que o seu bom nome foi lesado pelos cinco partidos da oposição durante o debate de urgência realizado esta terça-feira na Assembleia Legislativa dos Açores, a respeito das alegadas ingerência do PS na Administração Pública.

Entretanto, o anúncio da queixa-crime gerou o protesto dos partidos da oposição, que convocaram uma conferência de líderes extraordinária, no final da qual acusaram Miguel Costa de “cobardia política”, por não se ter defendido em plenário, e de agora pretender levar o caso a tribunal.

Duarte Freitas afirmou mesmo que “o deputado Miguel Costa não teve coragem de se defender em público, numa lamentável atitude de cobardia política”, recordando que “nunca, em quatro décadas de autonomia”, um deputado ameaçou os restantes partidos com ações judiciais.

No entanto, os deputados dos partidos da oposição, garantem que estão “inteiramente disponíveis para o levantamento da sua imunidade parlamentar” e para colaborar com o Ministério Público no apuramento dos factos.

LA/RL Açores/AO