O Secretário Regional da Agricultura e Ambiente revelou esta terça-feira, em São Miguel, que, entre 2012 e 2025, o número anual de visitantes dos centros ambientais e interpretativos geridos pela Região aumentou de 68 mil para cerca de 108 mil.
“Isto é, registou um crescimento de 60 por cento”, frisou Luís Neto Viveiros, que falava na inauguração do Centro Interpretativo da Cultura do Ananás, instalado num edifício dos anos 20 do século passado, que foi totalmente recuperado, na freguesia da Fajã de Baixo, em Ponta Delgada, “berço das primeiras plantações na ilha de São Miguel”.
O Secretário Regional revelou também que, entre janeiro e julho deste ano, registou-se “novamente um crescimento de cerca de 17%”, comparativamente ao período homólogo de 2015, “o que corresponde a mais 64.474 visitantes, só na primeira metade do ano”.
Neto Viveiros destacou igualmente o “significativo e sustentado aumento anual do número de turistas que visitam os Centros”, referindo que, “no primeiro semestre deste ano, 23% dos visitantes era residente em Portugal continental, 12% de nacionalidade alemã e 7% belga”.
Com a abertura de mais este espaço em São Miguel, a Rede de Centros Ambientais dos Açores passa a ter 18 infraestruturas, em todo o arquipélago.
“Conforme o compromisso que assumimos, vamos ainda, brevemente, abrir ao público a Casa dos Fósseis, em Santa Maria, e lançar o concurso para construção da Casa dos Vulcões, no Pico”, assegurou o titular da pasta do Ambiente, salientando que fica assim concluído “o reforço da oferta existente no início desta legislatura e que, então, não abrangia todas as ilhas”.
Na sua intervenção, Luís Neto Viveiros reconheceu que “os dois anos que medeiam entre a plantação e a colheita de um fruto são, de facto, muito tempo e provocam custos de produção mais elevados”, mas defendeu que “essa aparente desvantagem concorrencial deve, não só ser entendida como um desafio a vencer, mas também como a nossa principal vantagem competitiva”.
Para o governante, produz-se em São Miguel “um fruto único no país e em toda a Europa, isento de químicos”, frisando que “esse modo de produção biológica pode e tem de ser valorizado comercialmente, assim como a cultura do ananás pode e deve ser valorizada localmente, quer do ponto de vista cultural, quer do ponto de vista gastronómico, ou mesmo turístico”.
“Cumprimos, dessa forma, o sonho do Dr. Augusto Arruda de ligar o ananás micaelense ao turismo”, afirmou Neto Viveiros, destacando que esse é um “propósito no qual o Governo dos Açores se revê” e a “prova disso é a abertura ao público, hoje, deste Centro”.
O Secretário Regional sublinhou que “este é mais um bom exemplo de ação pública que permite um desenvolvimento sustentável da Região, aliando a valorização do património natural e cultural à qualificação da oferta e ao desenvolvimento turístico”.
O Centro Interpretativo da Cultura do Ananás, situado no Largo da Igreja, tem como objetivo divulgar e promover uma atividade de caraterísticas únicas, que se mantém desde a primeira exportação de ananases, em 1864, feita para Inglaterra pelo industrial José Bensaúde e que, desde então, carateriza a paisagem da ilha de São Miguel com as suas estufas de vidro.
Como forma de reconhecer a importância dos génios empreendedores que foram José Bensaúde e António Borges, que, em 1853, instalou a primeira estufa de ananás, foram atribuídos os seus nomes às salas que compõem este Centro de Interpretação.
Pretende-se com este edifício, e a informação que disponibiliza, efetuar uma viagem na história do ananás, transversal aos momentos que marcaram a história do mundo, mostrando-a e explicando-a ao público, desde turistas a residentes, mas também aos alunos das escolas, a investigadores ou a simples curiosos sobre esta temática, resultando num ponto de encontro e partilha de saberes e memórias.
Para o efeito, os conteúdos expositivos, com caráter interativo, evidenciam temas como o Ciclo Produtivo do Ananás, as Operações de Cultivo, Caraterísticas e Propriedades do Ananás dos Açores, a Botânica e Caraterísticas Morfológicas, o Papel do Ananás na Gastronomia Local, entre outros.
GaCS/OG