“PS Açores esconde-se atrás da impunidade da sua maioria absoluta”, acusa o BE

“Há dois Partidos Socialistas: há um na Assembleia da República, que não tem maioria absoluta e por isso está obrigado ao diálogo, à negociação e à humildade democrática, e há outro nos Açores, que se esconde atrás da sua impunidade transmitida pela maioria absoluta que tem”. A acusação foi feita hoje pela deputada Zuraida Soares, que apontou os piores vícios da maioria absoluta que existe nos Açores: a falta de rigor e transparência, o clientelismo e os favorecimentos nos concursos públicos para a administração regional.

Numa declaração política proferida esta manhã, a deputada do BE acusou o Governo Regional de “desbaratar dinheiro público a servir clientelas”: “Continuar a derramar dinheiro, para montar e manter rendas de empresas que mais não fazem do que parasitar os serviços públicos será, para alguns, um bom augúrio de vida, mas é, para a generalidade dos/as Açorianos/as, um verdadeiro desfalque”.

A par do rentismo que favorece alguns, o BE denuncia também a existência de “concursos públicos com ‘cartas marcadas’, no quais já se sabe quem entra e quem não entra”.

“Chamam-nos um partido de protesto! E fazem bem, porque protestamos contra a injustiça, o favoritismo e a prepotência. Dizem que lançamos atoardas! E fazem mal, porque as denúncias que fazemos têm protagonistas reais, a cores e ao vivo, para as confirmar”, salientou Zuraida Soares.

Na declaração política apresentada esta manhã, a deputada do BE apontou a implementação de verdadeiras políticas de esquerda, para dar resposta ao “desemprego, ao trabalho sem direitos, à falta de transparência na administração pública e às desigualdades sociais”, como o compromisso do Bloco de Esquerda para as próximas eleições regionais.

Fazendo um apanhado do que foram as linhas políticas definidas pela convenção regional do partido, há duas semanas atrás, Zuraida Soares fez um alerta para que o turismo não venha a ser a nova monocultura da Região, com os perigos que isto acarreta, salientando que é urgente implementar  medidas de apoio aos setores tradicionais da economia – pesca e agricultura – e apostar em duas novas áreas, para alcançar uma mudança de paradigma na nossa economia: o mar – através da criação de um Centro Internacional das Ciências do Mar e Alterações Climáticas – e a posição geoestratégica do arquipélago – “que tem que ser colocada, de uma vez por todas, ao serviço dos Açores, através de uma estratégia própria, em vez de permanecer refém de interesses alheios e pouco aconselháveis”.

GI BE Açores/RL Açores