CHEGA apresenta queixa a propósito de um empréstimo de 60 milhões de euros contraído pelo Grupo SATA

O Grupo Parlamentar do CHEGA enviou ao Tribunal de Contas uma queixa a propósito de um empréstimo de 60 milhões de euros contraído pelo Grupo SATA, que se provou ser danoso para a transportadora aérea e para a própria Região, enquanto acionista maioritário.

A decisão de enviar uma queixa ao Tribunal de Contas surge na sequência de uma resposta a um requerimento do CHEGA, que questionava o referido empréstimo, cujos documentos foram classificados como confidenciais. Da análise dos referidos documentos referentes ao empréstimo de 60 milhões de euros junto do Banco J.P. Morgan Societas Europea, com uma taxa de juro efetiva de mais de 20%, os deputados detetaram algumas anomalias. Nomeadamente por não se perceber de que forma é que aquele empréstimo cumpre com as medidas incluídas no plano de reestruturação, tal como previsto na Decisão da União Europeia.

Na queixa apresentada ao Tribunal de Contas, os parlamentares questionam a opção da SATA pelo Banco J.P. Morgan – que apresentou um spread de 6,5% – quando, por exemplo, o consórcio de três bancos portugueses apresentou um spread para operação de 4,5%. Aliás, pode ler-se nos documentos confidenciais enviados aos deputados do CHEGA, a escolha do J.P. Morgan obrigou ainda ao “Credito of the Debt Service Reserve” de 36 milhões de euros.

Conforme afirmado na Comissão de Economia onde foi ouvida a Administração da SATA, foram cobrados juros deste empréstimo onde mais de metade daquele valor ficou indisponível, tendo havido a antecipação do reembolso do empréstimo apenas um ano depois, obrigando, desta forma, ao pagamento adicional de 765 mil euros.

O deputado Francisco Lima justifica a denúncia do CHEGA ao Tribunal de Contas com as anomalias detetadas nos documentos confidenciais enviados, nomeadamente porque não foi remetida a Ata da Assembleia Geral da SATA nos termos da qual foi autorizado o referido empréstimo.