
A reivindicação é antiga, mas teima em não resolver-se, pelo menos da forma que o Conselho de Ilha de São Jorge acha mais correta e adequada para a população. Acessibilidades aéreas e marítimas de e para São Jorge continuam a constituir um problema para a ilha, limitando o seu desenvolvimento a vários níveis.
É por isso que o Conselho de Ilha enviou novamente um ofício ao Presidente do Governo Regional a questioná-lo sobre esta situação, considerando mesmo que têm sido “graves os constrangimentos sociais e económicos provocados pelas deficientes acessibilidades, sobretudo, as aéreas”, afirmam os conselheiros no documento enviado a Vasco Cordeiro.
O Conselho de Ilha considera mesmo que “estas situações influenciam a qualidade de vida dos jorgenses” em várias frentes, como no acesso aos cuidados de saúde, penalizam as empresas com maior absentismo, pois obrigam à necessidade de maiores períodos de ausência da ilha para tratar assuntos de saúde ou outros”. Outra das preocupações é também, segundo os conselheiros, prende-se com o setor do turismo e com a imperatividade de aumentar o crescimento desse setor.
Ora, em entrevista recente à RL Açores, Isabel Teixeira, a presidente do Conselho de Ilha, falou sobre todas estas preocupações, lamentando que apesar de todas as reivindicações se constate que para 2020 os horários são exatamente os mesmos.
Apesar de vigorar atualmente o horário de inverno, os conselheiros transmitem a Vasco Cordeiro, no ofício enviado, que são muitos os casos que põem em causa a credibilidade das ligações aéreas de e para São Jorge, como por exemplo, os utentes que estão há algum tempo a aguardar por uma consulta de especialidade e quando esta é marcada não há lugar no avião, o que obriga a passar vários dias fora da ilha com custos excessivos para o Serviço Regional de Saúde e para os utentes.
Apesar de, segundo o Conselho de Ilha, haver quem diga que São Jorge está bem servido, uma vez que possui ligações marítimas diárias com o Pico e o Faial, concordado o órgão local que neste aspeto a ilha está melhor servida atualmente do que no passado, mas até mesmo estas ligações têm sempre limitações, sendo reduzidas, afirmam os conselheiros.
Isabel Teixeira considera mesmo que não é justo que sejam sempre os jorgenses a ficar para trás.
O Conselho de Ilha de São Jorge diz ainda a Vasco Cordeiro saber que não pode ter um barco e um avião em exclusivo ao serviço da ilha, mas considera que os horários da SATA “podem e devem ser feitos com maior antecedência, com maior planeamento”.
Por todas estas razões o Conselho de Ilha solicitou ao Presidente do Governo Regional a “revisão urgente” de toda esta situação e uma reunião com a Secretária Regional dos Transportes no sentido de entender que medidas estão a ser tomadas para contornar estes constrangimentos que, segundo os conselheiros, “são graves para uma ilha que quer crescer e deixar de perder população a um ritmo ameaçador da sustentabilidade futura das novas gerações”.
Liliana Andrade/RL Açores
Fotografia: ©Mark Marques|Info-Fajãs