As palavras do João – A vergonhosa usurpação
No mapa da palestina constata-se que em 1946 o território era praticamente todo palestiniano; em 47, passado apenas um ano, o centro – sul estava todo tomado por Israel; entre 1949 e 67, o sul e parte do centro e norte já eram todos israelitas e em 2010 quase todo o território da Cisjordânia, salvo poucas parcelas territoriais, eram também pertença de Israel. Um roubo descarado e a todos os títulos inqualificável aos olhos do mundo sem que o mundo ponha cobro a esta pouca vergonha.
A influência judia na América do Norte e a bomba atómica que Israel detém sobre todos os países árabes fronteiriços falam mais alto. Presentemente, são já quatro milhões e setecentos mil os palestinianos classificados como refugiados pelas Nações Unidas. Refugiados do seu próprio território. E alguém por favor queira ter a gentileza de me explicar, porque senão ainda julgo que sou burro, que ética tem o senhor Obama em vir ameaçar retaliar contra a Europa por esta não ser mais colaborante com os USA na aplicação de sanções à Rússia face ao roubo de terras à Ucrânia, quando este senhor se continua a calar, e até colabora com ajuda bélica a Israel, no roubo de terras à Palestina pelos israelitas? Aí poderá também haver direito a retaliações por parte da Europa para com os Estados Unidos da América, ou a parceria é apenas unilateral, de lá para cá? Não deverá haver sanções pelo apoio explícito da América a estes corsários e assassinos, quando há bem pouco tempo a deputada ultra-nacionalista do partido judaico no Parlamento israelita, Knesset, Ayelet Shaked, referia que as mães palestinianas davam à luz pequenas serpentes, e que, por isso, tinham que morrer e as suas casas serem demolidas? “Eles são todos nossos inimigos e o seu sangue devia estar nas nossas mãos”, adiantou o monstro.
De momento, só podemos convir que determinadas regiões do globo entraram em modo de loucura total quando em pleno século XXI se assiste a invasões, com centenas de mortos, entre crianças, mulheres e velhos indefesos, para a anexação (leia-se usurpação) de territórios, tanto de Israel na Palestina, como, mais recentemente, da Rússia na Ucrânia, neste caso particular através de camufladas milícias pró – russas, armadas até aos dentes pelo senhor Putin, que são efetivamente soldados russos, e que até se atrevem a abater impunemente um avião civil com 298 pessoas a bordo de diversas nacionalidades …
Não há uma ordem mundial que ponha cobro a isto? Não há a funcionar um Tribunal dos Direitos Humanos? Onde está a ONU? Onde está a justiça? O que faz o parlamento europeu? Até quando, nós, Europa, teremos que tolerar esta repressão impune sobre povos a coberto de interesses económicos de potências?
João Gago da Câmara