A deputada do PSD/Açores, Mónica Seidi, questionou hoje o Governo Regional sobre as “medidas milagrosas” que levaram a que, no Hospital da Ilha Terceira, fossem realizadas 419 cirurgias pela especialidade de Cirurgia Geral, durante o mês de agosto do corrente ano, quando o bloco operatório esteve parcialmente encerrado”.
A parlamentar adiantou que, “no mesmo mês, foram efetuadas 48 cirurgias no Hospital da Horta e 164 no Hospital de Ponta Delgada”, e quis saber “que plano específico houve para este mês, que não foi adotado nos meses anteriores nem em mais nenhum hospital, e em que a produção disparou?”, perguntou.
Na resposta à questão, o Secretário Regional da Saúde, admitiu que o número em causa é relativo ao ano inteiro, e não apenas ao mês de agosto, referindo-se à produção de pequenas cirurgias.
Mónica Seidi acrescentou que, no mês de agosto, o bloco operatório do Hospital da Ilha Terceira funcionou “apenas com duas salas”, lamentando que os dados oficiais publicados “não correspondam à verdade”.
A deputada teceu várias considerações sobre o Serviço Regional de Saúde, frisando que para o PSD/Açores, o setor constitui “uma área de atuação prioritária. Perdemos as eleições, mantemos as nossas convicções”, afirmou.
E avançou que a resolução da problemática da cobertura integral à população por médicos especialistas em Medicina Geral e Familiar “tem sido uma promessa anunciada, mas nunca cumprida pelos sucessivos governos socialistas”.
“Apesar de existir um número considerável de internos de Medicina Geral e Familiar em formação, o programa agora apresentado, apenas prevê a sua resolução a médio prazo. Sem sabermos exatamente quando, mas arrisco desde já que 2018 será uma utopia”, sublinhou.
“São aproximadamente 38 mil os utentes que continuam à espera de uma resposta. E a nossa única preocupação é que este número representa pessoas”, disse Mónica Seidi.
Para a deputada, a solução do problema “é cativar os médicos já especialistas naquela área, assim como fixar os internos que terminaram, ou vão terminar, a especialidade em questão”.
Mónica Seidi disse acreditar “numa Saúde de proximidade e de acessibilidade igual para todos os açorianos”, pelo que é “urgente combater o não cumprimento dos tempos de espera, repensar as ferramentas disponíveis que possam unir os Centros de Saúde às unidades Hospitalares, e assumir a da teleconsulta uma opção vantajosa”.
A deputada concluiu dizendo que “estamos aqui cientes de que, tão importante quanto criticar, é também imperioso contribuir com propostas”, e apelou para que as iniciativas social democratas “sejam analisadas independentemente da cor política proponente, sempre em prol do bem-estar dos açorianos”.
GI PSD Açores/RL Açores